O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou da abertura do 22º Congresso Brasileiro do Agronegócio em São Paulo, nesta segunda-feira (7), e ressaltou que os brasileiros precisam se orgulhar das tecnologias e da sustentabilidade do agronegócio nacional. “Não podemos viver a síndrome do cachorro vira-lata. Temos um código florestal eficiente, produtores competentes, qualificados e treinados. Podemos incorporar 40 milhões de hectares na produção sem desmatamento. Somos um exemplo nesse setor para o mundo”, disse.
Fávaro lembrou que há 50 anos o país importava alimentos. Com a criação da Embrapa, as pesquisas agropecuárias deram um salto e o Brasil passou a exportar seu excedente. “Nesse período, houve um crescimento de 580% na nossa produtividade. Que outro país do mundo conseguiu isso?”
O ministro acaba de retornar de uma viagem à Coreia do Sul, Japão, Arábia Saudita e Emirados Arábes Unidos, onde foi apresentado o maior programa de produção sustentável de alimentos do mundo, capitaneado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). A proposta consiste na conversão de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produção para áreas de Integração-Lavoura-Pasto-Floresta (IFLP) e agricultáveis, que permitiram dobrar a extensão da produção para alimentos e energias renováveis com sequestro de carbono e mantendo o território preservado do Brasil.
Ele lembrou que, enquanto o mundo destaca o avanço tecnológico de países asiáticos, o Brasil promoveu uma revolução na agropecuária, por meio da ciência, que permitiu o aumento da produtividade de forma muito superior ao crescimento das áreas de produção, o que pode ser a salvação do planeta em termos de segurança alimentar e climática.
“Tivemos um aumento de 140% na área ocupada, mas um crescimento de 580% em produtividade. Ninguém no mundo fez isso e ninguém no mundo tem a capacidade de fazer isso. Nós podemos e vamos fazer mais”, destacou.
Para isso, o ministro afirmou que a agropecuária terá papel fundamental no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que será lançado pelo presidente Lula nesta semana.
Atualmente, a área de produção vem aumentando cerca de 2 milhões de hectares por ano. Com o PAC, por meio da captação de investimentos privados e internacionais, a ideia é que a possam ser convertidos cerca de 40 milhões de hectares nos próximos 10 anos. Isso porque o, conforme asseverou o ministro, o Código Florestal Brasileiro protege as florestas, que são um dos maiores ativos ambientais do planeta, sem cobrar nada do resto do mundo.
Desta forma, durante a missão do Mapa na Ásia e Oriente Médio, agências e fundos soberanos dos países visitados demonstraram interesse e já firmaram parcerias para a recuperação de pastagens no Brasil.