Em agosto de 2024, os preços médios do suíno vivo e da carne suína continuaram a subir em quase todas as regiões acompanhadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Em algumas áreas, os valores atingiram os maiores níveis desde fevereiro de 2021, em termos reais, com os valores ajustados pelo IGP-DI de agosto. Essa alta é resultado de uma oferta reduzida de suínos em peso ideal para abate, combinada com uma forte demanda por novos lotes por parte da indústria para atender ao mercado interno e, principalmente, às exportações, que se mantêm aquecidas há quatro meses consecutivos.
Exportações e registros: Apesar de uma ligeira queda em relação a julho, como exportações brasileiras de carne suína, incluindo produtos in natura e processados, transportados em níveis historicamente elevados em agosto. O volume embarcado foi o segundo maior do ano, ficando para trás apenas de julho, e colocou um novo registro para o mês de agosto na série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), iniciada em 1997. Esse desempenho reforça a demanda contínua pela internacional carne suína brasileira.
Relação de troca e insumos: Para os suinocultores paulistas, o poder de compra em relação ao milho aumentou pelo sétimo mês consecutivo em agosto. Em relação ao farelo de soja, houve um ganho pelo segundo mês seguido. Esse cenário favorável é atribuído às altas significativas no preço do suíno vivo no mercado independente. Na região SP-5, que engloba Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba, o quilo do suíno vivo subiu de R$ 7,68 em julho para R$ 8,46 em agosto, uma valorização expressiva de 10,2 % sem período.
Carnes concorrentes: Entre julho e agosto, os preços médios da carne suína registraram uma forte alta, superando o ritmo de valorização das carnes bovina e de frango. Essa dinâmica resultou na perda de competitividade da carne suína em comparação com outras proteínas. No atacado da Grande São Paulo, a carcaça especial suína viu sua média de preço saltar de R$ 11,34/kg em julho para R$ 12,42/kg em agosto, representando uma elevação significativa de 9,6%.
Esse conjunto de fatores demonstra o aquecimento do mercado de suínos, impulsionado pela demanda robusta externa e pela valorização no mercado interno, apesar da pressão competitiva das carnes bovina e de frango.