Profissionais de meio ambiente têm à disposição nova base hidrográfica para auxiliar na elaboração de projetos de Cadastro Ambiental Rural (CAR). A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) publicou no Geoportal base hidrográfica na escala de 1:25.000, oferecendo uma reprodução mais fiel e detalhada de cursos hídricos.
“Diante da acurácia da base entregue pelo Serviço Florestal Brasileiro esperamos uma redução nas divergências nos cadastros e, com isso, celeridade nas análises. Os responsáveis técnicos terão mais clareza sobre quais informações a Sema está utilizando para analisar o cadastro proposto”, avalia a secretária adjunta de Gestão Ambiental, Luciane Bertinatto. A gestora reforça que mesmo que o responsável técnico traga informações diferentes do campo, ele saberá qual informação a Sema está utilizando para subsidiar as análises.
O novo modelo cartográfico compõe um conjunto de bases construídas por meio de Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre a pasta e o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), órgão responsável pela gestão nacional do Cadastro Ambiental Rural (CAR). O acordo foi firmado no âmbito do Programa de Investimento Florestal (FIP) Cerrado, que visa fortalecer a implementação do Código Florestal Brasileiro por meio de ações que apoiem a celeridade nas análises e validações do CAR. Além da carta hidrográfica, a Sema também recebeu e incorporou em seus sistemas as bases temáticas uso e cobertura do solo, relevo e servidões administrativas (escala 1:50.000) na área cadastrável do CAR.
“Todo processo de construção das bases foi feito com a participação dos especialistas da Sema para validação em todas as etapas. Melhorias e ajustes foram propostos para assegurar o padrão de qualidade das informações”, explica o coordenador de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (CGMA), André Dias. No Geoportal, a nova base temática pode ser acessada no menu lateral esquerdo no caminho: Geoportal; Base de Referência; SFB.
Visão detalhada
Anteriormente, a Sema utilizava uma base hidrográfica que havia sido vetorizada em 2010 pela antiga Secretaria de Planejamento (Seplan) a partir de dados topográficos disponibilizados pelo Exército Brasileiro. A base entregue pelo SFB foi construída a partir de mapeamentos da hidrografia de 100 municípios mato-grossenses realizados por organizações como o Instituto Centro de Vida (ICV), The Nature Conservancy (TNC), Iniciativa para Comércio Sustentável (IDH) e Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS).
Todos os mapeamentos foram feitos na escala 1:25.000 e já estavam aprovados pela CGMA. Com estes dados organizados, a empresa contratada pelo SFB atualizou as informações e mapeou as hidrografias dos municípios faltantes através de imagens de satélites atualizadas e modelos digitais de terreno.
A base hidrográfica anterior utilizava uma escala de 1:100.000, onde cada centímetro no mapa corresponde a 100.000 cm ou 1000 m no terreno. Já na nova base, elaborada na escala 1:25.000, cada centímetro no mapa corresponde a 25.000 cm ou 250 metros no terreno. “Com esta mudança, aumentamos o detalhamento da escala, temos maior qualidade das feições cartográficas e portanto uma reprodução mais fiel do elemento natural que está sendo representado”, explica a geógrafa, analista de meio ambiente da Sema, Olga Kummer.
Imagem compara bases em escala 1:100.000 (em vermelho) e 1:25.000 (em azul), ressaltando o nível de detalhamento da nova base
Base de Referência Geo
A Coordenadoria de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (CGMA) também disponibiliza tanto para os analistas da Sema, quanto para os profissionais de meio ambiente a Base de Referência Geo (BRG). O conjunto cartográfico alimenta todos os sistemas usados pela secretaria para as atividades de regularização ambiental, licenciamento, gestão florestal, gestão de recursos hídricos e fiscalização. As mesmas bases alimentam o Geoportal, que é aberto ao público.
André Dias explica que os metadados, ou seja, as informações sobre os dados também estão disponíveis ao público externo. “Todas as bases são atualizadas com as informações como, quem elaborou a base temática, origem dos dados, escalas, metodologia e data de atualização, garantindo a compatibilidade das informações recebidas e plena transparência dos dados geográficos da Sema”, explica o especialista.
Outro instrumento disponibilizado ao público é o banco de imagens de todo Estado em uma série histórica de quase 40 anos. Os mosaicos criados a partir de imagens de sensores como Landsat e Sentinel já estão georreferenciados permitindo a realização de dinâmicas de desmatamento e outras ações pertinentes aos projetos de licenciamento e monitoramentos ambientais.
A Sema, prezando pela transparência, disponibiliza diversas bases temáticas e todos os títulos emitidos pelo órgão ao público externo. As informações estão disponíveis no Geoportal da Sema e o usuário pode navegar nas bases e mosaicos por meio do menu suspenso na lateral esquerda. As bases também podem ser baixadas em diversos formatos, como .csv, .kml, .shp, dentre outros.