O mercado de mandioca enfrenta um cenário de desaquecimento típico do final de ano. Com a maioria das fecularias já em recesso, a disponibilidade de matéria-prima superou a demanda industrial ao longo da última semana, resultando em queda nos preços da raiz. Dados do Cepea indicam que esse enfraquecimento reflete a combinação de menor atividade industrial e o aumento da oferta de produtores que tentam aproveitar as condições de mercado antes da parada completa das operações.
A proximidade das festas de fim de ano contribui para a redução no ritmo das atividades. Agentes de fecularias e farinheiras já indicaram que o retorno pleno às operações deverá ocorrer apenas em janeiro de 2025. Até lá, tanto a colheita quanto o esmagamento da mandioca devem ficar praticamente parados, com o mercado operando em baixa intensidade.
Essa desaceleração no setor não é incomum para o período, mas este ano apresenta características adicionais que reforçam o desequilíbrio entre oferta e demanda. A menor movimentação nas indústrias coincide com um momento em que os produtores enfrentam desafios para escoar a produção acumulada, ampliando ainda mais a pressão sobre os preços da raiz.
Com a pausa nas operações, os agentes do setor devem usar esse intervalo para planejar o próximo ciclo de atividades. De um lado, as fecularias devem reorganizar estoques e contratos para atender à demanda de início de ano, enquanto os produtores poderão ajustar o cronograma de colheita e observar o comportamento do mercado para tomar decisões estratégicas.
A retomada em janeiro é vista como uma oportunidade para reequilibrar o mercado, especialmente porque a demanda por derivados de mandioca tende a aumentar nos primeiros meses do ano, impulsionada pela reativação das cadeias produtivas industriais. No entanto, o cenário ainda dependerá de variáveis como o clima e a reação dos preços às novas negociações.
Embora o contexto atual pareça desfavorável para os produtores, a pausa nas atividades pode servir como um período estratégico para analisar tendências e buscar formas de minimizar os impactos do desequilíbrio de mercado. A expectativa é de que o retorno das operações industriais traga maior estabilidade ao setor, favorecendo o alinhamento entre oferta e demanda e contribuindo para a recuperação dos preços.