O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) deu início ao projeto ATeG-InseminAção, uma iniciativa pioneira voltada para o apoio aos produtores rurais na adoção de tecnologias reprodutivas avançadas, como a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). Com todas as etapas custeadas integralmente pela instituição, o projeto busca melhorar a produtividade e a rentabilidade das propriedades rurais, abrangendo desde o diagnóstico inicial das matrizes até a confirmação da prenhez.
A ação foi idealizada para atender produtores já beneficiados pela ATeG em Bovinocultura de Leite e Corte. Dados levantados durante a elaboração do projeto revelaram que 80% dos criadores de gado de corte e 60% dos produtores de leite assistidos pelo Senar-MT nunca haviam utilizado inseminação artificial. “A técnica não só aprimora o perfil genético do rebanho, mas também traz benefícios indiretos, como melhor planejamento da propriedade, concentração dos nascimentos e redução dos intervalos entre partos”, destacou Eduardo Baroni, coordenador da ATeG. Para fomentar a adesão, o Senar-MT está disponibilizando 50 doses de sêmen para produtores de leite e 100 doses para os de corte, sem qualquer custo.
O projeto é composto por quatro manejos principais, em quatro períodos distintos. No Dia Zero é feito o diagnóstico inicial das matrizes aptas para o protocolo reprodutivo, seguido pela aplicação de Benzoato de Estradiol e inserção de implante de progesterona.
A partir do oitavo dia é feita a retirada do implante, aplicação de Prostaglandina, Cipionato de Estradiol e eCG. Em seguida, no chamado dia dez, acontece o momento da inseminação artificial, com aplicação de GnRH. Por fim, o periodo final, chamado de Diagnóstico de Gestação, que é realizado entre 30 e 40 dias após a inseminação para confirmar a prenhez das matrizes.
Interesse na iniciativa
Segundo Renata Alves, analista da ATeG Inseminação, 700 dos 2.500 bovinocultores atendidos pelo Senar-MT demonstraram interesse em participar do projeto, o que demandou a creditação de 48 veterinários especializados em reprodução bovina. Atualmente, 15 desses profissionais já iniciaram as visitas técnicas em campo, com atendimentos organizados em 25 grupos. Além disso, o credenciamento de empresas que prestam serviços de IATF continua em aberto, indicando um aumento na demanda nos próximos meses.
A expectativa é alcançar taxas médias de prenhez de 50% na pecuária de corte e de 30% a 40% na pecuária de leite, desde que os cuidados com sanidade, nutrição e manejo sejam rigorosamente seguidos. “É essencial que o produtor possua estrutura adequada e mão de obra qualificada para realizar os manejos exigidos”, ressaltou Jéssica Gonçalves, supervisora da ATeG.
Além do impacto direto na produtividade, o projeto enfrenta desafios logísticos significativos, como a distribuição de materiais para regiões remotas de Mato Grosso. Para melhorar a eficiência no controle das informações, a equipe de Tecnologia da Informação do Senar-MT desenvolveu um aplicativo que permite monitorar todo o processo, desde o diagnóstico inicial até os resultados finais.
A iniciativa representa um marco para a agropecuária mato-grossense, prometendo aumentar a competitividade dos produtores locais e modernizar as práticas no campo.