Produtores rurais e empresários do setor de turismo do Pantanal mato-grossense alertam sobre os frequentes focos de incêndio registrados na Terra Indígena Baía dos Guató, na região do Pantanal, em Barão de Melgaço, no mês de julho. Nesta quinta-feira (22.07), imagens de satélites apontaram novo incêndio florestal na área, de difícil acesso por terra. Incêndios destruíram cerca de 2,1 milhões de hectares da área no ano passado.
Segundo Leopoldo Nigro Filho, membro do Sindicato Rural de Poconé e empresário do trade turístico, a terra indígena é a única onde os focos de incêndio estão sendo registrados na região e a preocupação é que o fogo se alastre rapidamente pelo Pantanal e ocasione novamente a tragédia registrada na região no ano passado.
“Nós, enquanto produtores rurais, pantaneiros, empresários do turismo regional estamos tomando todos os cuidados para evitar incêndios, inclusive com treinamentos de brigadistas e parcerias com o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso e organizações não-governamentais”, informou.
Entretanto, uma dificuldade apontada é de como se trata de terra indígena é preciso intervenção da Fundação Nacional do Índio (Funai) para que os bombeiros e brigadistas acessem o local.
“Pedimos apoio para que haja intervenção da Funai para que converse com os índios sobre a situação e amenize a propagação do fogo. Uma força-tarefa também precisa agir rápido para ajudar a apagar as chamas, porque o temor é que se alastre para todo o Pantanal”, reforçou Leopoldo.
No último dia 05, o primeiro incêndio na região foi registrado e consumiu 2 km de mata. Na ocasião, os bombeiros sobrevoaram a área, devido à impossibilidade de acessar o local por terra, e constatou que o fogo havia se extinguido por causa da umidade da vegetação.
A área teve uma redução de 80% no número de incêndios em relação ao ano passado. Nas demais áreas, com melhores condições de acesso, existem equipes de brigadistas e fácil contato com o Corpo de Bombeiros.