Nos próximos dez anos, a produção de grãos e oleaginosas do Mercosul deverá crescer expressivamente, com uma estimativa de aumento de 100 milhões de toneladas, impulsionada por safras de milho, soja e trigo. As exportações também deverão apresentar incremento de 58 milhões de toneladas. Atualmente, a região responde por cerca de 10% das exportações mundiais de commodities agrícolas, reafirmando sua relevância na segurança alimentar global.
As estimativas foram divulgadas no primeiro Outlook dos países do Cone-Sul, realizado em Buenos Aires nos dias 25 e 26 de setembro de 2024. O documento, que traz projeções de longo prazo para os principais produtos agrícolas, foi elaborado por especialistas de organizações de pesquisa de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, utilizando um modelo de equilíbrio parcial. A Embrapa, representada por uma comitiva de pesquisadores, participou da elaboração do relatório, que destaca desafios como as mudanças climáticas, instabilidades de mercado e políticas protecionistas.
Paulo do Carmo Martins, assessor da Presidência da Embrapa, ressaltou a importância da colaboração entre os países do bloco, enfatizando que o avanço da agricultura no Mercosul dependerá de esforços conjuntos e do compromisso com práticas sustentáveis. Durante o evento, especialistas também discutiram o potencial produtivo e o desmatamento, além de projetar cenários que levarão à adoção de tecnologias para aumentar a sustentabilidade e produtividade agrícola na região.