Os primeiros talhões da safra de soja 2019/20 começaram a ser colhidos em Lucas do Rio Verde, Médio Norte de Mato Grosso. As primeiras áreas a registrarem a colheita da oleaginosa passarão, em breve a receber sementes de algodão.
Durante entrevista ao portal Notícias Agrícolas, o presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Antônio Isaac Fraga Lira, comentou que os produtores que optaram em fazer o plantio de soja ultraprecosse, já estão com as colheitadeiras na lavoura, de olho no clima e com boas perspectivas para a produção do algodão.
As lavouras de soja foram plantadas a partir do dia 15 de setembro de 2019, onde mesmo com a instabilidade climática, os produtores arriscaram a semear o grão.
“Já estamos com pelo menos duas fazendas colhendo. O pessoal que planta algodão, precisa plantar a soja mais cedo, plantam a soja superprecosse com ciclo de 90 dias, então o pessoal já está colhendo”, comentou.
Diversas outras propriedades rurais já passaram dessecante na lavoura e devem iniciar a colheita nos próximos dias. A expectativa é que a colheita da soja em Lucas do Rio Verde estenda até a primeira quinzena de março.
Ainda de acordo com Lira, o grão de soja que está sendo colhido, tem mostrado boa qualidade. Porém, a produtividade está abaixo da média, em comparação com as plantas de ciclo longo.
“Nós temos variedades boas com ciclo de 115 a 120 dias, que é o mais plantado aqui em Lucas do Rio Verde, onde conseguimos uma produtividade maior. A expectativa é colhermos, de modo geral, entre 55 a 60 sacas por hectare na atual safra”, acrescentou o presidente do Sindicato Rural.
Mesmo com as boas perspectivas, o clima tem deixado o produtor rural em alerta, como explica Lira.
“Tem chovido pouco em nossa região. Existem vários talhões de soja sofrendo com pouca chuva, e nesse sentido, poderemos ter uma quebra na produção. Mesmo no começo de janeiro, temos problemas de estiagem em Lucas do Rio Verde”, salientou.
Boa parte da soja plantada já foi comercializada, através da chamada ‘venda futura’, com negociações que variaram de R$ 65,00 a R$ 70,00 a saca de 60 quilos.
“Mesmo assim, ainda estamos apreensivos. A princípio esse valor parece ser um preço bom. Mas se você verificar o preço na Bolsa de Chicago e transformar o preço da soja em dólar vamos verificar um preço muito baixo, em torno de U$ 16,00 por saca”, comentou.
Os preços dos insumos são comercializados em dólar, o que acaba comprometendo os investimentos para produzir o grão.