Os preços do trigo têm apresentado variações distintas entre as regiões e modalidades de mercado (balcão e lotes) acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores do Centro, essa disparidade deve-se às diferentes perspectivas entre compradores e vendedores, influenciadas por fatores como as recentes desvalorizações externas, as flutuações do dólar e o desenvolvimento das lavouras da nova safra.
Dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam uma expressiva redução na área plantada com trigo no Brasil. A indisponibilidade de sementes de qualidade, o risco de perdas por chuvas e geadas, a baixa rentabilidade e os danos registrados na temporada anterior desestimularam os triticultores. A área destinada ao cereal deve ser de 3,069 milhões de hectares, uma redução de 11,6% em comparação a 2023.
No entanto, a produtividade do trigo pode dar um salto significativo, com um aumento estimado de 25,1% em relação ao ano anterior, alcançando 2.917 kg/ha. Caso essa previsão se confirme, a produção total de trigo no Brasil pode chegar a quase 9 milhões de toneladas, representando um aumento de 10,6% em comparação à temporada finalizada em 2023.
Essa combinação de redução na área plantada e aumento na produtividade está sendo monitorada de perto pelos agentes do mercado, que ajustam suas estratégias de compra e venda de acordo com as expectativas e os desenvolvimentos futuros na produção e nas condições econômicas globais.