Os preços do café arábica voltaram a registrar forte valorização neste início de novembro, atingindo níveis semelhantes aos observados nos primeiros meses de 2022. De acordo com levantamentos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o Indicador CEPEA/ESALQ para o tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, está operando próximo a R$ 1.600 por saca de 60 kg.
Esse aumento é sustentado por diversos fatores que vêm direcionados ao mercado. Entre os principais, está a recente valorização do dólar frente ao Real, que torna o café brasileiro mais competitivo no mercado internacional, elevando os preços domésticos. Além disso, os estoques de arábica estão em níveis justos, o que limita a oferta disponível para atender à demanda, especialmente em um contexto de exportações aquecidas.
Outro ponto que tem influenciado as cotações é a incerteza sobre o potencial produtivo para a temporada 2025/26. Embora o Brasil tenha registrado uma boa florada nas principais regiões produtoras, as condições climáticas instáveis e a expectativa de um ciclo bianual de menor produtividade trazem preocupações ao setor. Esse cenário faz com que os compradores se antecipem nas aquisições, elevando ainda mais os preços.
Pesquisadores do Cepea destacam que, mesmo com a colheita da safra de 2024 em andamento, as incertezas em relação à produção futura e a pressão do câmbio devem continuar dando suporte aos valores no curto prazo. Diante desse contexto, os produtores estão atentos à movimentação do mercado, buscando oportunidades de marketing que maximizem seus retornos em meio à volatilidade atual.