Depois de encerrar julho com preços abaixo de R$ 4 por libra-peso, o mercado de algodão em pluma dá sinais de recuperação no início de agosto. De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a escassez de lotes da safra 2023/24 e o foco dos produtores em honrar contratos a termo têm sido fatores cruciais para a sustentação dos preços.
A leve oscilação nos valores não foi suficiente para mudar a tendência de alta, uma vez que os vendedores estão seguros de suas posições. Com uma parte considerável da safra já comprometida em contratos anteriores, os agentes permanecem atentos ao avanço da colheita e do beneficiamento do algodão. Isso mantém os vendedores firmes nos preços pedidos, conscientes de que a demanda interna e externa deve continuar aquecida.
O fortalecimento do dólar tem sido outro elemento-chave que sustenta as paridades de preço, tornando os contratos firmados anteriormente ainda mais atrativos. Segundo especialistas do Cepea, a moeda americana valorizada incrementa a competitividade do algodão brasileiro no mercado internacional, garantindo uma margem confortável para os produtores.
As perspectivas de avanço na colheita e os resultados iniciais da safra 2023/24 apontam para um cenário promissor, ainda que os desafios climáticos e logísticos estejam no radar dos produtores. O algodão, como uma das principais commodities do agronegócio brasileiro, segue atraindo interesse tanto do mercado interno quanto externo, consolidando-se como um dos pilares da economia agrícola nacional.
Essa recuperação no preço do algodão também é reflexo da adaptação dos agentes do setor às variações do mercado, buscando sempre maximizar a rentabilidade e atender as expectativas contratuais. Com o mercado atento aos desdobramentos da safra atual, a expectativa é de que os preços mantenham uma trajetória estável, reforçada pela dinâmica econômica global e pela posição estratégica do Brasil como um dos principais produtores de algodão do mundo.