Apesar da queda nos preços do algodão em pluma na segunda quinzena de julho, a média mensal alcançou o nível mais alto desde março de 2024, de acordo com dados deflacionados pelo IGP-DI de junho de 2024. Até o dia 29 de julho, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em oito dias, registrou R$ 4,0831 por libra-peso, superando em 3,85% o valor de junho de 2024 e em 3,19% o de julho de 2023.
Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicam que a principal razão para os altos patamares é a oferta restrita no mercado spot nacional. Essa limitação de oferta é reforçada pela posição firme de grande parte dos vendedores, que estão priorizando o cumprimento de contratos a termo para o mercado interno e, principalmente, para exportação.
As programações desses contratos de exportação são realizadas a valores mais atrativos do que os atualmente praticados no mercado doméstico. Com isso, os vendedores mantêm um foco rigoroso em honrar compromissos internacionais, que oferecem preços mais lucrativos, em detrimento das vendas no mercado interno.
A expectativa para as próximas semanas é de que os preços possam se ajustar, dependendo do equilíbrio entre a oferta e a demanda, bem como da evolução das negociações de novos contratos de exportação. No entanto, enquanto a oferta permanecer restrita e os contratos internacionais seguirem atrativos, os preços do algodão em pluma tendem a se manter em níveis elevados no Brasil.
Essa dinâmica ressalta a complexidade do mercado do algodão, que depende de fatores globais e locais, influenciando diretamente os preços e as estratégias comerciais adotadas pelos vendedores no mercado brasileiro.