Os preços de negociação das frutas cítricas devem continuar em alta ao longo de agosto, de acordo com levantamentos realizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo os pesquisadores, a tendência de valorização persiste, mesmo em meio ao pico de safra da laranja, e está associada à expectativa de oferta restrita de todas as variedades cítricas no mercado.
Em julho, a laranja pera in natura registrou uma média de R$ 91,27 por caixa de 40,8 kg, medida na árvore. Esse valor representa uma elevação de 6,5% em relação a junho e é o dobro (+103%) do valor nominal registrado em julho de 2023. Esses números destacam a forte demanda e a limitada oferta, fatores que impulsionaram o preço da fruta no mercado.
Na indústria, a laranja pera e as variedades tardias também apresentaram aumento significativo nos preços. A média registrada foi de R$ 80,46 por caixa de 40,8 kg, já colhida e posta na fábrica. Isso representa um aumento de 5,1% em relação ao mês anterior e de 82% no comparativo anual. Este crescimento expressivo reflete a pressão da demanda e a busca por cítricos para a produção industrial, que tem se intensificado nos últimos meses.
Expectativas para agosto
A perspectiva de continuidade na alta dos preços para agosto é sustentada pela expectativa de uma oferta ainda restrita, mesmo considerando o período de safra intensa. A demanda firme, tanto do mercado interno quanto da indústria, mantém os preços em níveis elevados, com a laranja pera liderando as valorizações no setor cítrico.
Especialistas indicam que a combinação de fatores climáticos, como a ocorrência de chuvas e variações de temperatura, podem impactar a produtividade das lavouras, contribuindo para a manutenção da oferta restrita. Além disso, o consumo crescente de suco de laranja e a busca por produtos frescos nos mercados nacional e internacional têm alimentado o cenário de preços elevados.
Implicações para produtores e consumidores
A alta nos preços das frutas cítricas gera impactos diretos tanto para os produtores quanto para os consumidores. Por um lado, os produtores conseguem negociar suas safras a preços mais vantajosos, capitalizando sobre a demanda aquecida. Por outro lado, os consumidores podem sentir os efeitos dessa valorização nos preços dos produtos finais, como sucos e outras formas processadas de cítricos.
Enquanto a expectativa de oferta restrita prevalece, o mercado deve continuar a monitorar de perto os movimentos de preços e a disponibilidade de cítricos, com todos os olhos voltados para as próximas semanas de agosto. O cenário econômico global e os desafios climáticos continuarão a influenciar o desempenho do setor, tornando-se elementos-chave para definir as direções futuras do mercado de frutas cítricas no Brasil.