Os preços da soja no Mato Grosso, principal produtor do grão no Brasil, despencaram na última semana, chegando a R$ 93,90 a saca em algumas regiões. A queda é resultado da tendência global de baixa nos preços da soja, influenciada pela menor demanda da China e pela expectativa de um aumento na oferta do grão.
Preços da soja no Mato Grosso
O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) registrou uma média estadual de R$ 97,03 por saca de 60 quilos na última sexta-feira (26/1), refletindo uma queda de 2,4% em comparação com o dia anterior. Em algumas regiões, como Canarana, o preço está ainda mais baixo, chegando a R$ 93,90.
A situação se agrava devido à tendência global de baixa nos preços da soja. Janeiro tem sido marcado por uma significativa redução no mercado internacional, com contratos em Chicago próximos aos US$ 12 o bushel. Esse cenário é influenciado pela menor demanda da China, que está importando menos soja por causa da redução de seu consumo interno. Além disso, a expectativa de um aumento na oferta de soja também contribui para a queda dos preços.
A América do Sul observa a recuperação da oferta argentina, que pode compensar os efeitos da quebra de safra no Brasil. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires revisou sua previsão para a colheita argentina, estimando 52,5 milhões de toneladas. Especialistas, como Aakash Doshi, estrategista sênior do Citi, preveem uma continuidade na queda dos preços, sugerindo que os valores possam retornar aos níveis pré-pandêmicos até o final do ano.
Mercado brasileiro
O mercado brasileiro também enfrenta uma situação desafiadora com a competição global, especialmente com o retorno da Argentina ao cenário internacional. O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostra uma queda acumulada de 16,6% nos preços da soja em janeiro, refletindo a pressão sobre os produtores.
A queda nos preços da soja é acompanhada por uma deterioração nos prêmios de exportação, indicando um cenário desafiador para os produtores mato-grossenses. Nesse contexto, a cautela e a paciência emergem como elementos cruciais para enfrentar a crise e buscar melhores oportunidades de mercado.