Os preços da soja no mercado interno e externo registraram queda na última semana, influenciados por fatores sazonais e de mercado. Segundo análise de pesquisadores do Cepea, a finalização da colheita nos Estados Unidos, aliada ao bom ritmo das semeaduras no Brasil e na Argentina, contribuiu para o movimento de baixa. Além disso, a demanda global pela oleaginosa apresentou sinais de desaceleração, aumentando a pressão sobre as cotações.
Apesar disso, a valorização do dólar frente ao real ajudou a limitar a queda nos preços domésticos. Esse cenário cambial, favorável às exportações brasileiras, amenizou os impactos negativos de um mercado internacional mais fraco.
Redução na demanda e resistência dos vendedores
No Brasil, indústrias que haviam intensificado a compra de soja nas semanas anteriores agora demonstram maior cautela e estão mais afastadas das negociações. Essa postura reflete uma conjuntura de estoques ajustados e a menor necessidade de reposição imediata de matéria-prima.
Do lado dos produtores, o Cepea destaca que há resistência em comercializar os volumes remanescentes da safra 2023/24. Muitos produtores sinalizam não ter necessidade urgente de caixa, preferindo aguardar por condições de mercado mais favoráveis antes de efetuar novas vendas.
Perspectivas para o mercado
O cenário atual reflete um momento de transição no mercado global de soja, com a entrada da safra norte-americana e o avanço das lavouras sul-americanas influenciando diretamente a dinâmica de oferta e demanda. A combinação entre a valorização cambial, estoques ajustados e a postura cautelosa dos agentes sugere que o mercado brasileiro poderá manter relativa estabilidade, mesmo em meio a fatores de pressão no cenário externo.