Levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicam que os preços da laranja in natura continuam a subir, impulsionados por uma oferta limitada e pela forte demanda da indústria, que tem alcançado cotações recordes. Apesar das temperaturas mais baixas, que geralmente reduzem o consumo no mercado de frutas frescas, os preços mantiveram sua trajetória ascendente.
Na parcial desta semana, de segunda a quinta-feira, o valor médio da laranja pera na árvore chegou a R$ 92,43 por caixa de 40,8 kg, registrando um aumento de 1,31% em relação à semana anterior. Este movimento reflete a competição acirrada entre o mercado in natura e o setor industrial, que tem aumentado sua procura devido aos altos preços praticados.
Além das laranjas, a safra de tangerina poncã, que começou em meados de março, está se aproximando do fim no estado de São Paulo. De acordo com agentes consultados pelo Cepea, a colheita já foi concluída em grande parte dos pomares, devendo continuar até a primeira quinzena de agosto. No entanto, alguns produtores em Minas Gerais podem continuar ofertando tangerinas até o final do próximo mês, prolongando um pouco mais a disponibilidade da fruta no mercado.
A alta nos preços da laranja reflete uma combinação de fatores, como a menor oferta disponível, devido a questões climáticas e de produção, e a constante demanda por suco de laranja, que é um produto de grande interesse no mercado internacional. Essa situação tem levado a um cenário de preços elevados, favorecendo produtores que conseguem manter a oferta durante o período de entressafra.
Os analistas do Cepea destacam que a atual conjuntura favorece a rentabilidade dos produtores de laranja, mas alertam para a necessidade de monitoramento contínuo das condições de mercado e climáticas, que podem alterar o equilíbrio entre oferta e demanda.
Com a proximidade do fim da safra da tangerina poncã, a expectativa é que a oferta se concentre ainda mais em poucos produtores, especialmente em Minas Gerais, onde as condições de colheita podem se estender até setembro. Enquanto isso, o setor citrícola permanece atento às flutuações de mercado e ao impacto das condições climáticas sobre as próximas safras, fundamentais para manter a sustentabilidade econômica da cadeia produtiva.