Depois de enfrentar um início de ano marcado pela forte pressão de oferta e atingir a maior taxa de abate de fêmeas para o mês de janeiro na série histórica, o mercado da vaca gorda começa a dar sinais de recuperação em março. A retomada do preço no campo, ainda que moderada, acende uma expectativa mais positiva para os próximos meses.
Na parcial de março, considerando dados até o dia 21, a arroba da vaca gorda foi cotada a R$ 272,99. O movimento de alta, após um primeiro trimestre de queda acumulada nos preços, indica uma possível retração na oferta de fêmeas, ao mesmo tempo em que a demanda segue aquecida no mercado interno e externo.
A redução na oferta tende a ser explicada por fatores sazonais e estratégicos. Com a aproximação da estação de monta, período importante para a reprodução dos rebanhos, muitos pecuaristas optam por reter as fêmeas, postergando o descarte. Essa decisão estratégica, somada à diminuição do ritmo de abates, pode impulsionar ainda mais os preços da categoria nos próximos meses.
Especialistas avaliam que, embora a recuperação ainda esteja em estágio inicial, o cenário aponta para uma reacomodação do mercado. Caso o ritmo de retenção se mantenha e a demanda por proteína bovina continue firme, a valorização da arroba da vaca gorda pode ganhar fôlego no segundo trimestre de 2025, beneficiando diretamente os produtores que conseguiram atravessar o momento de baixa.
A expectativa agora recai sobre o comportamento do mercado nos meses seguintes, especialmente em relação ao volume de exportações e ao consumo interno, que tradicionalmente ganha força com a melhora do clima econômico e a entrada de recursos no varejo, como o pagamento do 13º do INSS e benefícios sociais.