Fruto do abacateiro (Persea americana L.), o abacate é muito nutritivo, além de ser uma grande fonte de fibra, de potássio e de ácidos oléicos. E tem mais: o abacate reduz os níveis de colesterol e triglicerídeos, contribui para a absorção de nutrientes, protege os olhos, previne o câncer, ajuda a aliviar os sintomas da artrite e auxilia na perda de peso. Ufa!
Portanto, aproveite e aprenda como plantar abacate de forma mais lucrativa e sustentável. Faça ótimos negócios seguindo o passo a passo que a Safra Viva preparou para você.
Atente-se ao clima Existem 3 raças de abacate e todas são cultivadas no Brasil (inclusive as variedades interraciais), sendo que cada uma tem suas preferências de clima. Antilhana: de clima tropical, gosta de calor e é a menos resistente ao frio; Guatemalense: de clima subtropical, resiste a temperaturas de até -6°C; Mexicana: também de clima subtropical, resiste a temperaturas de até -4°C.
Escolha as cultivares de acordo com o grupo floral
Além do clima, na hora de escolher as cultivares e/ou híbridos para o plantio, atente-se ao grupo floral ao qual pertencem. Isso porque há cultivares que abrem as flores femininas pela manhã e as masculinas à tarde (grupo A), e outras que fazem o processo contrário (grupo B).
Para que haja a fecundação das flores, é preciso ter cultivares dos dois grupos no pomar. Então veja alguns exemplos: Grupo A: waldin, simmonds, booth, fortuna, ouro verde, imperador, hass, rincon e wagner; Grupo B: pollock, quintal, fuerte, ryan, prince, linda, glória, itzamna, tatuí, geada, campinas e solano.
Capriche na formação de mudas
Para o plantio de abacate, você pode formar mudas pelo processo de enxertia ou então a partir das sementes. Se você estiver em dúvida, saiba que a enxertia é o modo mais recomendado, por ser mais vantajoso. Sabe por que? Essa técnica dá uniformidade das plantas quanto às características da variedade e também proporciona precocidade da produção. Isso quer dizer que você vai colher abacates melhores em menos tempo. Nada mal, né?
Dessa forma, a formação de mudas por meio de sementes só é interessante para a obtenção de porta-enxertos, também chamados de cavalos, para posterior enxertia. Quer saber como fazer cada um dos processos? Então anote as dicas para realizar a formação de mudas por sementes e por enxertia da melhor maneira possível: Formação de mudas por sementes Para a formação de mudas por sementes, trate-as por imersão em calda aquosa de Metalaxyl a 0.1%, durante 10 min.
Em seguida, elimine a película que as envolve e coloque-as para secar à sombra. Assim que estiverem secas, coloque as sementes para germinar em areia grossa, com a base voltada para baixo. Depois que elas germinarem, mas antes da emissão do primeiro par de folhas, faça o transplantio das mudas para o viveiro. Se preferir, você pode usar sacos plásticos de 5kg. Só fique atento para não deixar as mudas totalmente expostas ao sol, colocando-as preferencialmente embaixo de ripados. Além disso, regue bastante, para evitar o estresse do porta-enxerto.
Formação de mudas por enxertia
Para saber se as plantas estão prontas para serem enxertadas, é só verificar se elas atingiram cerca de 30 cm de altura, com o caule na grossura de um lápis, apresentando uma coloração bronzeada. Então separe as plantas mais vigorosas, juntamente com os ponteiros de plantas igualmente vigorosas e produtivas, no tamanho aproximado de 15 cm. E atenção: esses ponteiros devem ter caules de calibres muito semelhante às plantas que servirão de porta-enxerto.
Considerando esses aspectos, fique atento ao passo a passo de uma garfagem simples: Apare as folhas do ponteiro, deixando apenas os pecíolos; Corte a muda que servirá de porta-enxerto, retirando a copa, em uma altura que deixe apenas de 2 a 3 folhas na parte de baixo; Depois, com um canivete, faça um corte vertical (fenda) no caule, que será usado para encaixar o ponteiro; No ponteiro que será enxertado (garfo), realize cortes laterais, em formato de cunha (V); Encaixe o garfo no porta-enxerto; Proteja da umidade a área enxertada, amarrando um fitilho; Proteja a parte enxertada (do vento e do ressecamento) com uma fita biodegradável ou com um saquinho plástico (se quiser usar algo simples, o saco utilizado para fazer juju tem um tamanho bom para esse uso).
Prepare bem o solo
Ao escolher a área, dê preferência a terrenos de topografia plana ou de meia-encosta, que facilitam a mecanização, os tratamentos fitossanitários e o transporte da colheita. Antes de começar, o ideal é fazer a análise de solo da sua propriedade. Você pode pedir orientação de um técnico da Emater, da Embrapa, da prefeitura ou de alguma organização que preste assistência aos agricultores. E, se for preciso, faça a correção do solo. O abacate se desenvolve bem em solos leves, profundos e bem drenados, neutros ou levemente ácidos, férteis e humosos (terra preta). Então prepare o terreno com uma aração profunda, seguida de uma ou duas gradagens, conforme a necessidade. Abra as covas de plantio com espaçamento variando de 7 x 9 m a 10 x 12 m, sendo o espaçamento de 10 x 10m o mais empregado.
Quanto ao tamanho das covas, elas devem ter 60 x 60 x 40cm. E atenção: separe de um lado a terra da primeira camada de 15 cm para misturar com o adubo e de outro a do subsolo, para colocar em volta da muda na hora do plantio.
Como plantar abacate
Para obter abacates perfeitos, você precisa usar adubo na cova. Portanto, 30 dias antes do plantio das mudas, que deve coincidir com o início das chuvas, você deve aplicar em cada cova 30 litros de esterco de gado bem curtido, juntamente com um fertilizante de qualidade, bem misturados com a terra da primeira camada do solo, aquela que você separou lá na abertura das covas, lembra?
Antes de iniciar o transplantio propriamente dito, uma dica importante nesse processo é intercalar mudas de grupos florais diferentes, para uma polinização mais eficiente no pomar. Então é hora de colocar a mão na massa! Primeiramente, retire as mudas da embalagem com terra e coloque no centro da cova, de modo que o colo da planta fique um pouco acima do nível do solo, firmando-se bem com o restante da terra.
Depois faça uma bacia em torno da muda para a contenção da água da irrigação. Por fim, cubra o solo em volta da muda com capim seco, para preservar a umidade. Cuide dos abacateiros Depois do plantio, cuide dos abacateiros, realizando irrigações com frequência e, ao menos anualmente, os seguintes tratos culturais: poda, adubação, controle de plantas daninhas e tratamentos fitossanitários. Quanto à poda, saiba que, no caso do abacateiro, não costuma haver poda de formação e de frutificação, sendo efetuada apenas quando for necessário, visando o arejamento. Quanto à adubação, escolha fertilizantes de qualidade, assegurando o retorno que o seu esforço e a sua dedicação merecem.