Protocolo de Carne Baixo Carbono (CBC), Boas Práticas Agropecuárias ( BPA ) – bovinos e bubalinos de corte e estoque de carbono no bioma Pantanal são as tecnologias que a Embrapa Gado de Corte transporta a Belém, durante a COP30, na vitrine viva da Embrapa preparada para a Conferência.
O Protocolo CBC, desenvolvido pela Embrapa, é o primeiro do Brasil a estabelecer um conjunto de critérios e procedimentos auditáveis e certificáveis, que garantem a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa pelo sistema produtivo da bovinocultura de corte e a obtenção de um selo para a carne, o que possibilita ao consumidor optar por um produto com atributos de descarbonização nas gôndolas dos supermercados.
A iniciativa está associada a sistemas peculiares sem a presença de árvores, que a partir das boas práticas agropecuárias, envolvendo a recuperação e manejo correto da pastagem, e integração laboral-pecuária, promovem aumento do estoque de carbono no solo, mitigando as emissões de GEE do sistema.
Para validar as orientações técnicas do protocolo CBC, a Embrapa realizou experimentos durante dois ciclos de produção (2019 a 2021) em um ambiente de produção comercial no Oeste baiano. Essa validação serve como modelo de certificações da marca-conceito CBC nas fazendas de corte pecuário que desejarem adotar esse modelo, que estará disponível para os produtores, após o lançamento, na plataforma Agri Trace Rastreabilidade Animal, da Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
Boas poucas
Eficiência, sustentabilidade e competitividade formam o tripé do Programa de Boas Práticas Agropecuárias (BPA) – bovinos de corte, que com mais de 20 anos de existência, passaram por profunda transformação. O novo Programa BPA busca agora uma abordagem integrada, envolvendo técnicos, pesquisadores e produtores rurais, para saltar das 200 propriedades, atualmente credenciadas para mil, nos próximos três anos.
Entre as mudanças, está a inclusão dos bubalinos de corte no Manual do BPA, já que antes era restrito aos bovinos. O tema da função social do imóvel incorporou as questões de legislações trabalhistas e ambientais, que antes apareciam dispersos. Abriu-se espaços para gestão ambiental e de pessoas para questões que, de fato, são gerenciáveis, que desativam uma tomada de decisão, como por exemplo, separação e destinação correta de resíduos sólidos, e bonificação por desempenho.
A adesão ao Programa BPA é gratuita e voluntária e os produtores podem participar com três níveis de envolvimento. No primeiro, o material disponibilizado pela Embrapa no site do BPA serve como guia de implantação na propriedade, sem vínculo formal com o Programa. Já em segundo lugar, apesar da implantação ser independente, a verificação de conformidade e a emissão de atestado de adequação são fornecidas por técnico credenciado BPA. Por fim, no nível três, há acompanhamento técnico desde a seleção inicial até a implantação total.
Pantanal e carbono
Outro tema presente na COP30 é um estudo inédito que revela o potencial estratégico de estoque de carbono na Bacia do Alto Paraguai. Uma pesquisa desenvolvida por equipes da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e Embrapa Gado de Corte (MS) mapeou os estoques de carbono na Bacia do Alto Paraguai e apontou oportunidades para conservação e desenvolvimento sustentável.
O estudo foi contínuo utilizando imagens do satélite Landsat e ferramentas avançadas de sensoriamento remoto e geoprocessamento, com base no Protocolo UEMS. Foram constatadas 59 localidades da Bacia do Alto Paraguai (BAP), com atenção especial às áreas do bioma Pantanal (MS e MT).
Os cálculos envolvem índices de tecido (NDVI), classificação espectral e validação em campo, permitindo mapear os estoques de carbono em vegetações nativas e alteradas, e o resultado é um panorama científico inédito sobre a capacidade de fixação de carbono da região e seu papel no enfrentamento das mudanças climáticas.














