Os produtores rurais iniciaram em todo o país o plantio da safra de soja 2023/24. Algumas regiões estão com o plantio mais avançado, como é o caso de Mato Grosso, que atingiu no início da semana 60% da área prevista a ser semeada.
A orientação é que os produtores fiquem atentos ao monitoramento das áreas semeadas. Além de acompanhar o desenvolvimento das plantas, é importante monitorar o surgimento de pragas. Se a área cultivada e seus vizinhos tiver histórico de fortes picos de determinada pragada, o cuidado deve ser redobrado.
A pesquisadora Jéssica Gorri, coordenadora do setor de Entomologia da Fundação Rio Verde, observa que a preocupação principalmente com lagartas e percevejos aumenta com o fenômeno El Niño. “Mudanças na temperatura e nas frequências das chuvas exigem atenção, pois provoca alteração na biologia dos insetos e sua flutuação populacional. ” Nesse caso, produtos específicos podem ser recomendados e diferentes tipos de monitoramento podem ser utilizados, mas nunca confiar só no histórico da área, observou. ”
Jéssica acrescenta que os insetos também conseguem se adaptar em diferentes condições climáticas “Insetos evoluem muito rápido e essa evolução pode trazer novas descobertas, novas espécies, surgir novas pragas. Nós precisamos estar a campo com parceiros qualificados para entendermos o que está acontecendo na lavoura. O Tratamento de semente é uma prática fundamental, mas é um erro confiar apenas nele após seu tempo de residual. Não existe janela 100% segura contra pragas, o monitoramento deve ser iniciado após o plantio”.
Desde a sua criação, a Fundação Rio Verde atua para atender o produtor rural com pesquisas e orientações técnicas. O objetivo é fazer com que o setor produtivo tenha segurança na informação gerada nos campos de pesquisa. Desta forma, o produtor pode procurar a instituição caso surgirem dúvidas ou suspeita de determinado inseto que pode vir causar problemas futuros.
“Nós fazemos pesquisas todos os dias para que o produtor tenha segurança em buscar informações”, explica a pesquisadora, acrescentando que o produtor pode levar plantas ou até insetos capturados na lavoura para análise técnica. “Nós estamos de porta aberta para troca de conhecimento, bem como fazemos treinamentos também, caso seja necessário. A parceria com o produtor é a nossa missão, nosso compromisso”.
Fonte: Verbo Press