Até o início de agosto, os indicadores de mercado apontavam para uma queda nos preços do leite ao produtor. De acordo com o Cepea, a produção vinha sendo impulsionada pelo aumento da margem dos produtores, ao mesmo tempo em que a demanda se mantinha moderada, refletindo os preços baixos nas gôndolas.
Além disso, as importações de lácteos, que se mantiveram em volumes elevados, contribuíram para pressionar ainda mais as cotações em toda a cadeia produtiva. Em julho, essa conjuntura levou a uma queda de 1,5% no preço do leite captado, com a “Média Brasil” fechando em R$ 2,7225/litro.
Em agosto, uma pesquisa realizada pelo Cepea, em parceria com a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), apontou quedas nos preços de alguns derivados lácteos. O leite UHT caiu 3,55%, e o leite em pó (400g) registrou redução de 1,92% em comparação com o mês anterior. Em contrapartida, a muçarela apresentou uma leve valorização de 1,88%, atingindo R$ 32,01/kg, um sinal de possível recuperação nos preços de produtos derivados.
Importações e exportações recuam em agosto
As importações de lácteos caíram expressivamente em agosto, com redução de 25,19% em relação a julho e 4,6% comparado ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, as exportações de lácteos também sofreram uma queda acentuada, com recuo de 57,14% no comparativo mensal e 29% no anual. Como resultado, o déficit na balança comercial do setor diminuiu 23,9% de julho para agosto, totalizando um saldo negativo de 183,6 milhões de litros em equivalente leite e um valor negativo de US$ 81 milhões.
Em relação aos custos de produção, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira ficou praticamente estável em agosto, com uma leve queda de 0,09% em relação ao mês anterior, considerando a “média Brasil” (bacias de BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS). No acumulado de 2024, o COE apresenta variação negativa de 0,77%, indicando uma leve diminuição dos custos operacionais ao longo do ano.