As negociações de arroz em casca no mercado brasileiro têm enfrentado uma fase de estagnação. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a última semana foi marcada por uma “queda de braço” entre vendedores e compradores, dificultando as transações no spot nacional.
Os orizicultores, buscando melhores margens de lucro, têm optado por direcionar a comercialização da matéria-prima ao porto de Rio Grande, onde as ofertas para exportação permanecem mais atraentes, mesmo diante da recente desvalorização do dólar. Este movimento tem reduzido a disponibilidade de arroz no mercado doméstico, onde as vendas ocorrem apenas de forma pontual, conforme as necessidades financeiras dos produtores que esperam por uma valorização do produto.
Do lado das unidades de beneficiamento, a postura foi de manutenção dos preços de compra. Apenas os compradores com urgência para repor estoques se mostraram dispostos a pagar valores ligeiramente mais altos. Esta situação é reflexo da dificuldade na venda do arroz beneficiado, que enfrenta pressão de varejistas e atacadistas, levando os agentes do setor a adiar novas aquisições.
Essa dinâmica de mercado evidencia a complexidade do setor orizícola brasileiro, onde fatores como a exportação, variação cambial e demanda interna influenciam diretamente nas negociações e na estratégia dos produtores e compradores.