Mercado de arroz do Rio Grande do Sul enfrenta lentidão nas negociações

Conflito entre compradores e vendedores e altas nos preços pressionam margens e impactam a cadeia de distribuição

Fonte: CenárioMT

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Produção de arroz teve queda em Mato Grosso — Foto: Sedec-MT/Divulgação

O mercado de arroz em casca do Rio Grande do Sul enfrenta lentidão nas negociações devido a uma intensa disputa entre compradores e vendedores. De acordo com pesquisas recentes do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços do arroz com 58% de grãos inteiros têm superado a marca de R$ 115 por saca de 50 kg em algumas regiões, criando um cenário desafiador para as unidades de beneficiamento.

Os agentes de mercado consultados pelo Cepea indicam que os valores elevados estão pressionando as margens de lucro das indústrias de beneficiamento. Essa pressão dificulta a transmissão dos preços ao longo da cadeia de distribuição, o que pode afetar tanto o comércio interno quanto o posicionamento do produto no mercado externo.

Além das dificuldades locais, algumas indústrias estão se voltando para o beneficiamento do arroz tailandês, que chegou recentemente ao Brasil. Essa estratégia pode ser vista como uma tentativa de equilibrar os custos e atender à demanda por preços mais competitivos.

Por outro lado, os vendedores têm adotado diferentes estratégias no mercado. Conforme as pesquisas do Cepea, enquanto uma parte dos produtores restringe suas ofertas, na expectativa de preços ainda mais altos, outros optam por negociar no mercado à vista, buscando capitalizar os valores elevados atuais.

A disputa entre compradores, que buscam preços mais acessíveis, e vendedores, que esperam maximizar seus ganhos, tem resultado em uma desaceleração nas transações, complicando ainda mais o panorama do setor.

Analistas do Cepea ressaltam que, apesar dos desafios atuais, o comportamento dos preços e as negociações futuras dependerão de diversos fatores, incluindo o andamento da safra nacional, a competitividade com o arroz importado e as condições climáticas que podem impactar a produção.

A expectativa é de que, à medida que essas variáveis se desenrolem, o mercado possa encontrar um ponto de equilíbrio, permitindo uma fluidez maior nas transações e uma possível normalização das margens ao longo da cadeia de suprimentos.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.