Nos últimos seis meses, o mercado do algodão em pluma tem se mantido dentro de uma faixa de preços relativamente estável, com cotações variando entre R$ 3,80 e R$ 4,10 por libra-peso. Essa estabilidade, embora oscilante, reflete um cenário de equilíbrio entre oferta e demanda, tanto no mercado interno quanto nas exportações. Em setembro, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em oito dias, seguiu essa tendência, fechando o mês com os preços ligeiramente acima de R$ 4 por libra-peso.
De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), esse movimento positivo, que resultou em uma variação de 3,4% durante o período, foi sustentado, principalmente, pelo avanço dos preços externos e pela paridade de exportação. O desempenho das vendas internacionais trouxe maior suporte ao mercado brasileiro, garantindo que os preços internos não sofressem quedas significativas, mesmo com o término da colheita no país.
Apesar do encerramento da safra e do avanço no processo de beneficiamento, a oferta no mercado spot nacional permaneceu relativamente restrita. A maior parte do algodão disponível segue sendo destinada ao cumprimento dos contratos a termo, o que limita a disponibilidade de produto para negociações à vista. Esse fator contribui para a manutenção dos preços em patamares mais altos, alinhados com as expectativas do mercado exportador.
O setor segue monitorando de perto os fatores externos que podem influenciar novas variações nos preços, como a demanda internacional e as condições climáticas nas regiões produtoras globais. No entanto, com a atual paridade de exportação, o cenário para o algodão em pluma no Brasil deve manter relativa estabilidade nos próximos meses.