Depois de enfrentar três meses consecutivos de retração, a margem bruta de processamento das indústrias esmagadoras de soja em Mato Grosso apresentou uma expressiva recuperação na primeira quinzena de dezembro de 2024. O aumento foi de 21,96% em comparação ao mês anterior, alcançando uma média de R$ 441,23 por tonelada. O movimento positivo é reflexo de um cenário favorável no mercado internacional e da valorização de produtos derivados.
A recuperação foi impulsionada, principalmente, pela desvalorização dos preços da soja no mercado interno, que acompanhou o movimento de retração dos contratos futuros negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). A queda na cotação da oleaginosa aliviou os custos das indústrias processadoras, abrindo espaço para uma melhora nas margens. Paralelamente, o óleo de soja, um dos principais subprodutos do esmagamento, registrou valorização expressiva no período, puxada pelo fortalecimento do dólar frente ao real.
O câmbio mais elevado beneficiou a competitividade do óleo de soja no mercado internacional, aumentando sua demanda e elevando os preços, fator determinante para o avanço das margens das indústrias. Essa dinâmica trouxe alívio para as esmagadoras de Mato Grosso, estado que se mantém como líder nacional na produção e processamento de soja.
A combinação entre o cenário cambial favorável e a retração nos preços da matéria-prima sinaliza uma melhora no desempenho do setor industrial do estado, que vinha pressionado pela margem mais estreita nos últimos meses. Especialistas do mercado observam que a recuperação, embora significativa, ainda depende de fatores externos, como a oscilação do dólar, os preços futuros da soja e a demanda global por óleo e farelo.
Com a chegada do fim do ano, as atenções seguem voltadas para o comportamento das commodities agrícolas e para a perspectiva de retomada no ritmo de exportações, fatores que devem influenciar diretamente o desempenho do setor em Mato Grosso.