A margem bruta de esmagamento das indústrias processadoras de soja em Mato Grosso registrou uma queda expressiva de 16,28% em março de 2025 em comparação com fevereiro, atingindo uma média de R$ 621,23 por tonelada. Esse recuo reflete um cenário de mercado desafiador, influenciado por múltiplos fatores econômicos e logísticos.
O principal motivo para essa retração foi a valorização de 4,03% nas cotações do grão, impulsionada pelo aumento da demanda externa, especialmente por parte de mercados asiáticos, e pela redução da oferta local. A menor disponibilidade de soja no mercado interno decorre tanto de questões climáticas, que impactaram a colheita, quanto do maior volume de exportações registrado no período, que limitou a oferta para as indústrias esmagadoras.
Além disso, a desvalorização do óleo de soja agravou a queda na margem de esmagamento, uma vez que o produto registrou a menor média mensal desde outubro de 2024. Esse movimento foi resultado da redução na demanda por óleos vegetais no mercado global, além do impacto da concorrência com outras commodities, como o óleo de palma. O enfraquecimento da procura por biocombustíveis em alguns mercados também contribuiu para a desvalorização do derivado da soja.
Diante desse cenário, a indústria processadora de soja em Mato Grosso enfrenta desafios para manter a rentabilidade, monitorando atentamente as oscilações do mercado internacional e a dinâmica da oferta e demanda no Brasil. As estratégias de comercialização e gestão de estoques ganham ainda mais relevância nesse contexto, buscando mitigar os impactos da volatilidade nos preços e garantir a competitividade do setor.