O Ato n° 23 do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, publicado nesta quarta-feira (25), no Diário Oficial da União, traz o registro de 52 defensivos agrícolas formulados, ou seja, produtos que efetivamente estarão disponíveis para uso pelos agricultores. Desses, 20 são de controle biológico, sendo 13 para uso na agricultura orgânica.
Entre as novidades dos defensivos biológicos, encontra-se o primeiro registro do controlador Tetrastichus howardi. Uma vespinha cujas larvas são parasitoides da broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis) e da lagarta de cor parda (Thyrinteina arnobia), que vem se apresentando como uma das principais pragas do eucalipto na atualidade.
Para a agricultura orgânica, o documento traz o primeiro produto registrado com base na Especificação de Referência nº 39. Trata-se de uma mistura de Trichoderma harzianum com Trichoderma viride, recomendado para controle do fungo Rhizoctonia solani e do fungo Fusarium oxysporum.
Outros produtos registrados para uso na agricultura orgânica são à base de Trichoderma asperellum, de Bacillus thuringiensis var. kurstaki, um isolado de Beauveria bassiana, um isolado de Metarhizium anisopliae (isolado IBCB 425) e um Baculovírus Spodoptera frugiperda (SfMNPV).
Já em relação aos produtos químicos, pela primeira vez um produto formulado à base do ingrediente ativo Ametoctradina será ofertado aos agricultores, registrado em mistura com metiram. A mistura visa evitar casos de resistência a fungicidas, diante das inovações que surgem no mercado. O produto que estava em análise desde 2010 é recomendado para o controle de Phytophthora infestans na cultura da batata; Peronospora destructor na cultura da cebola; Pseudoperonospora cubensis na cultura do pepino e Peronospora sparsa na cultura da rosa.
Para controle da cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), considerada uma prioridade para a agricultura, o Ato traz uma mistura de Pseudomonas chlororaphis com Pseudomonas fluorescens (com recomendação também para mosca branca e percevejo marrom da soja) e dois produtos microbiológicos com a mistura de Bacillus amyloliquefaciens, Bacillus velezensis e Bacillus thuringiensis.
Os demais produtos utilizam ingredientes ativos já registrados anteriormente no país. O registro de defensivos genéricos é importante para diminuir a concentração do mercado e aumentar a concorrência, o que resulta em um comércio mais justo e em menores custos de produção para a agricultura brasileira.
Produtos de controle biológicos
Com o registro desses 20 produtos, já somam 36 produtos de baixa toxicidade para o controle de pragas registrados em 2022.
Os produtos de baixo impacto são importantes para a agricultura não apenas pelos aspectos toxicológico e ambiental, mas também por beneficiar as culturas de suporte fitossanitário insuficiente, uma vez que esses produtos são aprovados por pragas-alvo e podem ser recomendados em qualquer cultura.
Todos os produtos registrados foram analisados e aprovados pelos órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, de acordo com critérios científicos e alinhados às melhores práticas internacionais.