O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento firmará acordo de cooperação com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) para estimular a cadeia produtiva de chás, óleos e plantas medicinais e aromáticas. A informação foi dada nesta terça-feira (12) pelo secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke, durante o 1º Encontro de Bioeconomia e Sociobiodiverisdade na Amazônia.
Com o objetivo de estimular um modelo de desenvolvimento sustentável para a região amazônica, o evento começou nesta terça-feira (12) na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Manaus. A atividade é promovida pelo Mapa, por meio da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo, com o tema “Articulando Iniciativas para o Fortalecimento das Cadeias Produtivas”. A programação segue até a quarta-feira (13) e busca alinhar formas de financiamento e investimento que promovam a agregação de valor da biodiversidade.
Segundo Schwanke, o acordo de cooperação será assinado na próxima quinta-feira (14), no Rio Grande do Sul, e promoverá o desenvolvimento de um estudo para avaliar a viabilidade econômica das plantas medicinais para os pequenos produtores.
O estudo será realizado em parceria com outras instituições, entre elas o Ministério da ciência, Tecnologia,Inovações e Comunicação, e deve durar 10 meses. A iniciativa será lançada com a produção de tabaco no sul do país, que tem forma de produção semelhante com as plantas medicinais e aromáticas.
O secretário também informou que, em 2020, a secretaria abrirá uma chamada pública, com recursos do Mapa, MCTIC e da FInep, para financiar iniciativas de dois temas: plantas medicinais e biomassa. A chamada é resultado da parceria do Mapa com a instituição alemã GIZ. Serão investidos R$ 30 milhões nesta chamada pública para atrair empresas e instituições de pesquisa. Além disso, a Fiocruz irá investir R$ 3 milhões em pesquisas sobre plantas medicinais.
O desenvolvimento da cadeia de plantas medicinais e aromáticas é um dos eixos do Programa Nacional de Bioeconomia e Sociobiodiversidade, lançado este ano pelo Mapa. O projeto ainda se baseia em ações de promoção do extrativismo, azeites, chás, fortalecimento da sociobiodiversidade e energias renováveis por meio de parcerias estratégicas que possam estimular a abertura de mercados para a produção de produtos da biodiversidade com valor agregado.
Economia do futuro
O conceito de bioeconomia engloba ações e atividades econômicas baseadas em recursos biológicos e práticas sustentáveis, de acordo com a definição considerada pelo Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação em Bioeconomia.
Em sua fala de abertura do evento, o secretário Fernando Schwanke destacou que o Ministério da Agricultura tem dado luz a este tema por considerá-lo extremamente importante para os pequenos agricultores, especialmente os extrativistas e produtores que estão na floresta e na Região Norte.
“Para nós do Ministério, esse realmente é um tema muito sério, importante e prioritário nas ações. É necessário que o conceito de bioeconomia contemple as realidades, especificidades e potencialidades do país. Temos que levar em consideração as realidades diversas do país e uma bioeconomia que considere não apenas os avanços tecnológicos, mas aqueles resultantes dos conhecimentos tradicionais dos povos da floresta e indígenas”, declarou.
Ele ressaltou que a bioeconomia é um assunto transversal a outras pastas do governo, que tem trabalhado para mensurar o valor que existe dentro da floresta e desenvolver novas cadeias produtivas. “Queremos levar as cooperativas da Amazônia aos pequenos produtores para fazer essa ligação do mercado com a produção”.
Schwanke ressaltou ainda a importância da agricultura familiar por representar 25% do PIB agrícola do país e estar muito próxima do modo de produção sustentável. “A agricultura familiar é a grande responsável pela transformação da agricultura brasileira e nos transformou num dos três maiores produtores de alimentos do mundo”
Encontro
O 1º Encontro De Bioeconomia e Sociobiodiversidade na Amazônia está ligado às ações do programa Bioeconomia Brasil – Sociobiodiversidade e do Projeto Mercados Verdes e Consumo Sustentável, resultado de parceria entre a SAF e a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ, na sigla em alemão), que tem como objetivo ampliar o acesso aos mercados para os produtos da sociobiodiversidade e da agroecologia, advindos das organizações econômicas da agricultura familiar e dos povos e comunidades tradicionais na Amazônia.
Organizado pela Green Rio, um dos principais eventos sobre bioeconomia no Brasil, o evento conta com o apoio da GIZ, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e do Fundo Mundial para a Natureza (WWF-Brasil).