Cotações recuam 2% no município enquanto Mato Grosso enfrenta oferta antecipada e clima de cautela na comercialização.
Lucas do Rio Verde (MT) — A semana começou com movimentos distintos no mercado da soja brasileiro, e Lucas do Rio Verde voltou a ocupar posição de destaque entre as regiões mais afetadas pela pressão de preços. Enquanto parte do país registra sustentação diante da retenção dos produtores e da preocupação climática, Mato Grosso enfrenta ajustes mais severos — especialmente no médio-norte.
Segundo levantamento da TF Agroeconômica, Lucas do Rio Verde teve queda de 2,00% nas negociações desta semana, com a saca cotada a R$ 117,81. A baixa também atingiu Nova Mutum, reforçando a tendência local de enfraquecimento diante da oferta antecipada e da necessidade de avanços logísticos.
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Mato Grosso em postura defensiva
O comportamento do mercado mato-grossense segue marcado por cautela. A pressão da oferta chegou mais cedo nesta temporada, influenciando diretamente as negociações nas principais praças produtoras. Em Campo Verde, Primavera do Leste e Rondonópolis, as cotações ficaram em R$ 122,78/sc (+0,09%), enquanto em Sorriso o valor foi de R$ 120,22/sc.
A diferença de preços entre regiões do estado reforça o desafio logístico e a necessidade de análises mais criteriosas por parte dos produtores — especialmente em municípios que dependem fortemente da fluidez de escoamento.
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Contraste com Sul e Sudeste do país
Enquanto Lucas do Rio Verde enfrenta quedas, estados do Sul registram sustentação impulsionada pela retenção e pela preocupação com o clima. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a saca alcançou R$ 142,00 no porto e variou entre R$ 121,00 e R$ 137,00 no interior.
Santa Catarina acompanhou o movimento, com R$ 142,37/sc em São Francisco do Sul, enquanto o Paraná reduziu o ritmo de comercialização, priorizando armazenamento diante do alerta hídrico.
Pressão internacional chega ao campo mato-grossense
No cenário global, os contratos futuros da soja seguem em queda na Bolsa de Chicago (CBOT), reflexo de um relatório considerado neutro pelo USDA e da incerteza sobre a demanda chinesa. As posições recuavam entre 3 e 4,75 pontos, com:
- Janeiro: US$ 10,82/bushel
- Março: US$ 10,95/bushel
- Maio: US$ 11,05/bushel
A combinação entre perda de ritmo nas compras chinesas, condições favoráveis na América do Sul e ajustes regulatórios na Argentina — como a nova redução das retenciones — indica que o mercado externo deve permanecer pressionado, trazendo impactos diretos para regiões exportadoras como Lucas do Rio Verde.
A decisão do governo Milei de reduzir novamente impostos sobre exportação amplia a competitividade argentina e acelera a entrada de produto no mercado global. Caso o ritmo de comercialização cresça, analistas projetam uma nova rodada de queda nos preços internacionais.
Para municípios fortemente exportadores, como Lucas do Rio Verde, esse movimento exige atenção redobrada às estratégias de venda e ao alinhamento com tradings.
Produtores de Lucas do Rio Verde reforçam cautela
A queda local de 2% reforça uma postura defensiva entre os agricultores. Muitos optam por reter parte da safra à espera de reações de preço ou melhora no cenário logístico estadual. O comportamento é semelhante ao visto em outras regiões do Centro-Oeste, mas tem peso maior em Lucas do Rio Verde, polo estratégico da produção mato-grossense.
O recuo da soja em Lucas do Rio Verde evidencia que o mercado regional está mais exposto à pressão da oferta antecipada e ao ambiente internacional desfavorável. Com Chicago em baixa, incertezas sobre a demanda chinesa e competição crescente da Argentina, produtores locais entram na reta final do ano atentos às oportunidades de comercialização e às novas projeções de safra.
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