A laranja destinada à moagem no estado de São Paulo atingiu um novo recorde de preço nesta semana, chegando a ser negociada a R$ 85,00 por caixa de 40,8 kg no mercado spot, colhida e posta na fábrica. Este valor é o mais alto registrado na série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que começou em 1994. As médias foram ajustadas para a inflação pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI).
Segundo pesquisadores do Cepea, os preços elevados são resultado tanto da maior demanda quanto da oferta reduzida. A necessidade da indústria de adquirir matéria-prima tem sido um fator crucial, devido aos estoques muito baixos de suco de laranja. A demanda robusta da indústria reflete a necessidade urgente de reposição dos estoques, que estão em níveis críticos.
Por outro lado, a oferta de laranja também está limitada. Os pesquisadores do Cepea destacam que a produção da fruta na safra 2024/25 deverá ser novamente baixa em São Paulo e no Triângulo Mineiro. Esta previsão de baixa oferta é um fator determinante para a elevação dos preços, exacerbando a pressão sobre o mercado.
A combinação de demanda elevada e oferta restrita sugere que os preços da laranja destinada à moagem podem continuar em patamares elevados. A indústria de suco de laranja, em particular, deve se preparar para enfrentar custos mais altos na aquisição da matéria-prima, o que pode influenciar os preços finais do suco de laranja no mercado.
Além disso, a expectativa de uma produção reduzida na próxima safra indica que a oferta pode permanecer restrita por um período mais prolongado, mantendo a pressão sobre os preços. Produtores de laranja e indústrias de suco precisam estar atentos às mudanças de mercado e considerar estratégias de gestão de estoques e aquisição para mitigar os impactos da oferta limitada e da demanda crescente.