O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (INDEA) notificou um caso positivo de raiva animal em bovinos numa propriedade rural de Lucas do Rio Verde, na primeira quinzena de setembro. Segundo Clodomiro Reverdito, médico veterinário do INDEA, a situação foi controlada e todos os protocolos foram seguidos rigorosamente para evitar a propagação da doença em outras áreas.
“Essa ocorrência chegou ao nosso conhecimento quando um médico veterinário autônomo foi chamado para atender um animal que apresentava comportamento desorientado e cambaleante. Ele notou sinais clínicos como a sialorreia, que é a produção excessiva de saliva, e acionou nosso serviço oficial”, explicou Reverdito. Fotos e vídeos fornecidos pelo produtor confirmaram a suspeita, e o serviço oficial iniciou o acompanhamento do animal até sua morte, momento em que foi feita a coleta do sistema nervoso central para exames.
Conforme o profissional, a situação foi prontamente controlada, com todos os protocolos seguidos rigorosamente para impedir a disseminação da doença em outras regiões. A doença, que pode ser fatal para os animais e perigosa para os humanos, exigiu rápida ação das autoridades e a adoção de medidas preventivas. Clodomiro enfatizou a importância do diagnóstico correto: “Para obtermos um diagnóstico eficiente, é necessário que a doença siga seu curso natural. Quando o animal faleceu, coletamos material do sistema nervoso central para exames laboratoriais. Em 48 horas, recebemos a confirmação positiva para raiva.” Ele ressaltou que a raiva é uma zoonose fatal, e as pessoas que tiveram contato com o animal foram orientadas a buscar a Secretaria de Saúde.
A partir da confirmação, o INDEA notificou os produtores vizinhos e iniciou uma estratégia de vacinação obrigatória contra a raiva nas propriedades circunvizinhas. A raiva, que não é uma doença obrigatoriamente controlada por vacinação, torna-se de controle obrigatório quando há um foco identificado, como foi o caso. “Essa medida é essencial, pois entendemos que a colônia de morcegos que atingiu o animal pode afetar outros. Por isso, estabelecemos um raio de vacinação para proteger o rebanho local”, explicou o veterinário.
Clodomiro também destacou a importância de os produtores rurais estarem atentos aos sinais da doença. Entre os sintomas estão o andar descoordenado, rigidez dos membros, produção excessiva de saliva e isolamento do animal em relação ao rebanho. “Se qualquer produtor identificar esses sinais, deve isolar o animal e notificar imediatamente o INDEA.” Ele alertou que a raiva é uma doença letal, e o manejo inadequado pode resultar em riscos à saúde animal e humana.
Com a vigilância contínua do INDEA, até o momento não houve novos casos notificados na região. A equipe permanece atenta e recomenda que todos os produtores vacinem seus rebanhos para prevenir futuras ocorrências.