Apesar dos preços elevados no mercado internacional, as importações brasileiras de trigo em grão têm mostrado um crescimento expressivo ao longo de 2024, alcançando os maiores volumes dos últimos dois anos. Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), essa tendência é impulsionada pela baixa disponibilidade interna de trigo, especialmente de maior qualidade, o que tem levado o Brasil a intensificar as compras no mercado externo.
Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) analisados pelo Cepea revelam que, de janeiro a agosto de 2024, o Brasil importou 4,556 milhões de toneladas de trigo, o maior volume para esse período desde 2020 e 9% superior ao total importado em todo o ano de 2023. Apenas em agosto de 2024, as importações somaram 545,46 mil toneladas, quase o dobro do volume registrado no mesmo mês do ano anterior, que foi de 277,99 mil toneladas.
Em relação aos preços, os levantamentos do Cepea indicam que os valores internos do trigo permanecem enfraquecidos e têm oscilado conforme as condições de oferta e demanda nas diferentes regiões do país. Esse cenário reflete as dificuldades do mercado doméstico em atender à demanda por trigo de alta qualidade, forçando a dependência de importações em um contexto de preços internacionais elevados.