Na última quinta-feira (12), o USDA divulgou o novo boletim mensal de oferta e demanda de milho mundial para a safra 19/20, ainda com a atenção voltada para a safra dos EUA. Assim, a produção mundial ficou estimada em 1.104,88 milhões de toneladas, um decréscimo de 0,30% ante à estimativa de agosto, fechando os estoques finais em 306,27 milhões de toneladas.
Tal queda nas estimativas se deve, principalmente, à redução dos números dos EUA, em decorrência da piora nos índices das lavouras em condições boas e excelentes. Com isso, a produção norte-americana recuou 0,73%, que passa a ser de 350,52 milhões de toneladas, impac-tando, por sua vez, nos estoques finais para 55,62 milhões de toneladas.
Mesmo com a redução na produção apontado pelo USDA, o mercado não apresentou grandes modificações e daqui pra frente as atenções se voltam para o próximo relatório referente ao mês de outubro, que será decisivo para o rumo da safra dos EUA.
Confira os principais destaques do boletim:
• O indicador para o preço de milho matogrossense ficou cotado a R$ 23,27/sc na semana passada, exibindo uma leve desvalorização de 0,03%, em decorrência da maior oferta de milho disponível no mercado.
• As cotações na Bolsa de Chicago para o contrato dez/19 e jul/20 apresentaram valorização de 1,09% e 0,58%, respectivamente, acompanhando a tendência altista nas cotações da soja.
• Apesar da queda no dólar e nos prêmios, a paridade de exportação para jul/20 apresentou uma alta de 1,80% impulsionada pelo aumento nas cotações da CME-Group.
• Após registrar as maiores cotações no mês, o dólar volta a regredir ao atingir R$ 4,09/US$, pautado, principalmente, nas expectativas positivas quanto às discussões comerciais entre a China e os EUA.
DÓLAR PESA SOBRE CUSTOS:
O Imea divulgou o novo relatório do custo de produção referente a estimativa de agosto para o milho de alta tecnologia em Mato Grosso para a safra 19/20. Dessa forma, o custo operacional da safra apresentou um incremento de 11,84% em relação à 18/19, ficando em R$ 2.699,59 por hectare na média do estado.
Tal aumento se deve à valorização da moeda norte-americana, que, consequentemente refletiu sobre o preço dos insumos, como os defensivos agrícolas que aumentaram 17,84% em relação ao ano passado.
Vale ressaltar que, apesar da queda nos preços do cereal e da elevação do dólar, houve avanço nas negociações dos insumos para a próxima safra, restando menos da metade dos produtos a serem adquiridos.
Dessa forma, com o incremento nas despesas do cereal, o produtor mato-grossense precisa estar atento ao comportamento do câmbio no mercado para travar os custos a um preço melhor e reduzir seus gastos dentro da porteira.