O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) foi um dos órgãos presentes nos debates do evento Planeta Campo Talks, realizado na quarta-feira (17) em São Paulo (SP), pelo Canal Rural e o Instituto AgroInsper. A iniciativa propôs uma análise do futuro do agronegócio brasileiro diante dos desafios mundiais relacionados ao clima, principalmente nas decisões importantes, como nas tratativas do G20 e da COP 30. Participaram autoridades governamentais, acadêmicos, especialistas, estudantes universitários e convidados.
Conforme conceito estabelecido pelas Organização das Nações Unidas, as mudanças climáticas são transformações a longo prazo nos padrões de temperatura e clima, causadas, principalmente, por atividades humanas, como na queima de combustíveis fósseis. As principais consequências são eventos climáticos extremos, pouca disponibilidade de água, perda de biodiversidade; bem como impactos na produção agrícola, na economia, na segurança alimentar, na saúde, na segurança pública, na qualidade de vida e na paz global.
A coordenadora de Responsabilidade Social do Insper, Priscila Borin, falou sobre o impacto da participação brasileira nas políticas do clima e enfatizou que os desafios globais críticos são, principalmente, a emergência climática, a perda de florestas e oceanos, além das crescentes desigualdades sociais. “Precisamos incentivar a participação nessas discussões, avançando em todas as camadas da sociedade para conseguirmos engajamento, conscientização climática e sensibilização para integrar os diferentes setores econômicos”, argumentou.
O secretário adjunto de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo do Mapa, Pedro Neto, explicou que uma das responsabilidades do governo federal é atuar para a consolidação de um ambiente favorável para o desenvolvimento sustentável da agropecuária, e de uma relação equilibrada entre a produção e as questões ambientais. Para isso, citou a iniciativa da plataforma AgroBrasil+Sustentável, e as tecnologias disponibilizadas pelo Plano ABC+. “A transformação é possível por meio da ciência aliada à produção agropecuária. Tanto o mercado nacional quanto o internacional são exigentes. Precisamos, então, ter mecanismos oficiais para, de forma transparente, demonstrarmos as conformidades da nossa produção agropecuária”, declarou.
Pedro Neto ponderou, ainda, ser essencial melhorar a relação de convivência do homem com os recursos oferecidos pelo planeta, atuar de forma cada vez mais conservacionista e relembrar que o conceito de sustentabilidade tem três dimensões que devem ser igualmente observadas: ambiental, social e econômica. “Não é uma discussão fácil. Trata-se de um trabalho integrado e complexo de ser feito. O Mapa conta com a disponibilidade de diálogo das principais representações setoriais e da academia. É muito importante termos lugar de fala no G20 e na COP 30, mas também em espaços como esse, em que possamos compartilhar sobre esforços e desafios”, finalizou.
O presidente do Canal Rural, Julio Cargnino, destacou que o encontro é uma oportunidade relevante de avançar nos debates sobre a agenda climática e a participação do Brasil nesse processo. “Esse é um dos pontapés iniciais para a formação de massa crítica sobre o assunto. Que a gente aproveite essa janela de oportunidade dos ganhos do Brasil na agenda agrosocioambiental internacional”, disse.
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