Foco de doença de Newcastle em Anta Gorda (RS) alerta setor avícola e pode impactar exportações de frango

Confirmação do caso pode levar a um embargo prolongado e queda nos preços, afetando a competitividade da carne de frango brasileira

Fonte: CenárioMT

No contexto culinário, o termo frango remete a qualquer prato preparado com a carne de aves como as galinhas
Foto: arquivo ABPA

A confirmação de um foco da doença de Newcastle em uma granja comercial de frangos no município de Anta Gorda, na região do Vale do Taquari (RS), no final da semana passada, tem deixado o setor avícola em estado de alerta. Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), uma possível suspensão prolongada das exportações de carne de frango brasileira, que exceda os 21 dias do embargo já imposto pelo próprio Brasil, pode resultar em um aumento significativo da oferta interna de carne de frango, levando a uma queda acentuada nos preços e afetando a competitividade em relação às carnes bovina e suína.

O Brasil é atualmente o maior exportador de carne de frango do mundo, com um crescimento notável nos embarques no segundo trimestre de 2024. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compilados e analisados pelo Cepea, as exportações de carne de frango superaram em 12,1% as registradas nos primeiros três meses do ano e em 4,1% em comparação ao mesmo período do ano passado.

A doença de Newcastle é altamente contagiosa e afeta aves domésticas e selvagens, sendo uma preocupação significativa para o comércio internacional de carne de frango. No curto prazo, pesquisadores do Cepea indicam que ajustes no alojamento de aves devem ser realizados como medida preventiva, enquanto o setor busca evitar maiores impactos econômicos.

A confirmação do caso em Anta Gorda, embora isolado, destaca a necessidade de vigilância contínua e estratégias de biossegurança rigorosas para proteger a avicultura brasileira, um pilar essencial da economia agrícola do país. Enquanto as autoridades trabalham para conter o surto e impedir a propagação, a indústria observa atentamente as decisões de mercado que poderão ser tomadas por parceiros comerciais internacionais.

A preocupação maior reside na possibilidade de que um embargo prolongado possa prejudicar o fluxo de exportações, que é vital para manter a estabilidade dos preços internos e a competitividade da carne de frango no mercado global. Caso as exportações sejam severamente restringidas, a consequência direta poderá ser um desequilíbrio na oferta e demanda internas, pressionando os preços para baixo e afetando a rentabilidade dos produtores.

Especialistas enfatizam a importância de uma resposta rápida e coordenada por parte das autoridades brasileiras, visando a minimização de impactos negativos e o restabelecimento da confiança nos produtos avícolas nacionais. O setor avícola, um dos mais dinâmicos da economia brasileira, enfrenta agora o desafio de equilibrar medidas de contenção da doença com a manutenção de suas operações de exportação, fundamentais para o crescimento econômico do país.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.