FAMATO monitora decisão judicial sobre redemarcação de Terras Indígenas em Mato Grosso

Fonte: CenárioMT

Mato Grosso entrega mais de 12 mil títulos de propriedade na 2ª edição da semana Solo Seguro
Mato Grosso entrega mais de 12 mil títulos de propriedade na 2ª edição da semana Solo Seguro (Foto: Rafael D Marques/Secom MT)

A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (FAMATO) informou na noite desta quinta-feira (18) que está atenta aos desdobramentos da Ação Civil Pública que tramita na 1ª Vara Federal de Mato Grosso. A ação, promovida pelo Ministério Público Federal contra a União, a FUNAI, a Associação dos Produtores de Primavera do Leste e o Sindicato Rural de Primavera do Leste, busca a revisão dos limites da Terra Indígena (TI) Sangradouro/Volta Grande.

A sentença judicial determinou que a FUNAI e a União concluam o processo administrativo de revisão dos limites da TI Sangradouro/Volta Grande em até dois anos, e que os demais acionados não interfiram na redemarcação.

Segundo a FAMATO, a decisão ainda não é definitiva, pois embargos de declaração questionam a sentença e a existência de uma Ação Direta de Constitucionalidade (ADC) 87, relatada pelo ministro Gilmar Mendes. A ADC debate a constitucionalidade da Lei 14.701/2023, especialmente sobre o marco temporal e a ampliação de terras indígenas. A FAMATO foi aceita como amicus curiae nesta ADC, e uma Comissão Especial foi estabelecida para discutir a questão até dezembro de 2024.

Duas sentenças e implicações

Os embargos de declaração também contestam a existência de duas sentenças no processo. A primeira, de maio de 2024, julgou a demanda improcedente, afirmando que a revisão dos limites estava prescrita, uma vez que a demarcação original foi concluída em 1991 e a revisão só começou em 2003. A segunda sentença, de julho de 2024, determinou a conclusão do processo de redemarcação em até dois anos, caso haja base legal.

Conforme a FAMATO, se a decisão for mantida, a fase inicial de identificação e delimitação da área pela FUNAI começará, com participação de todas as entidades e interessados. Após a aprovação do relatório técnico, haverá um prazo de 90 dias para manifestações e contestações, seguido pela análise da FUNAI e, finalmente, pelo Ministério da Justiça e pelo Presidente da República.

A FAMATO já acompanha o procedimento administrativo da TI Sangradouro/Volta Grande e protocolou um requerimento junto à FUNAI em março de 2024, enfatizando a necessidade de seguir as alterações legais da Lei 14.701/2023. A federação também pediu participação em outros 28 processos administrativos de demarcação de terras indígenas no estado.

No comunicado, a entidade destaca a necessidade de manter a defesa do direito constitucional à propriedade, em colaboração com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Sindicatos Rurais, Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Instituto Pensar Agro (IPA), bancada ruralista e parlamentares de Mato Grosso. A entidade continuará monitorando os desdobramentos judiciais e administrativos que impactam o setor agropecuário.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso.