As exportações de carne suína brasileira enfrentaram um recuo em março, com queda de 14% no volume embarcado em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
O total exportado em março atingiu 91,9 mil toneladas, contra 106,9 mil toneladas em 2023. A receita também apresentou queda, de 22,5%, somando US$ 192,8 milhões no mês.
Primeiro trimestre positivo
Apesar da retração em março, o primeiro trimestre de 2024 ainda apresenta um crescimento de 5,3% nas vendas externas de carne suína, com 289,4 mil toneladas exportadas. A receita, no entanto, recuou 7,5% no período, totalizando US$ 597,7 milhões.
China compra menos, outros mercados crescem
A China, principal destino das exportações brasileiras de carne suína, importou 46,8% menos em março do que no mesmo mês do ano passado, com 19,3 mil toneladas. Já Filipinas (+54,8%) e Hong Kong (-44%) se destacaram como outros mercados importantes, com 14,6 mil toneladas e 7,4 mil toneladas, respectivamente.
Santa Catarina lidera, mas todos os estados exportam menos
Santa Catarina se manteve como o principal estado exportador, com 53,9 mil toneladas embarcadas em março (-6,2%). Rio Grande do Sul (-27,8%) e Paraná (-31,6%) também registraram quedas nas exportações, com 18,7 mil toneladas e 10,2 mil toneladas, respectivamente.
Diversificação de mercados e perspectivas positivas
Luís Rua, diretor de mercados da ABPA, ressalta que, apesar da queda em março, os embarques de carne suína para mercados de alto valor agregado, como Japão, Estados Unidos, Canadá e Filipinas, apresentaram crescimentos acima de 100%.
“Essa diversificação é fundamental para o setor, especialmente em um momento em que a China está comprando menos. No caso das Filipinas, que já é o segundo maior importador, esperamos um crescimento ainda maior nos próximos meses, após a recente acreditação do sistema brasileiro pelas autoridades do país asiático”, avalia Rua.
Ricardo Santin, presidente da ABPA, reforça o otimismo para o ano: “Mesmo com a retração pontual em março, os embarques totais do ano seguem em níveis acima dos registrados no mesmo período do ano passado. Isso indica que as perspectivas para o ano continuam positivas, especialmente com a consolidação de novos mercados para a carne suína brasileira.”