No entanto, o ritmo de semeadura foi mais lento, elevando-se apenas 2% no período, alcançando 66% da área projetada. O desenvolvimento das lavouras permanece lento devido às baixas temperaturas registradas ainda no início de outubro. Já as localizadas em regiões mais frias apresentam plantas com entrenós mais curtos e folhas pequenas. Após as chuvas, os produtores intensificaram os tratos culturais, como o controle de plantas invasoras e a adubação nitrogenada em cobertura.
Em termos fitossanitários, houve incidência variável de cigarrinhas e o surgimento de
focos de pulgões, atacando a cultura.
Em Bagé, as chuvas registradas foram muito importantes para interromper o estresse observado em algumas lavouras, além de permitir a execução de práticas de manejo importantes, como a aplicação de fertilizantes nitrogenados e potássicos, bem como de herbicidas para o controle de plantas daninhas. Em Manoel Viana, a cultura apresenta ótimo desenvolvimento, com potencial produtivo semelhante ao estimado no início do plantio. Em São Borja, algumas lavouras implantadas no sistema sulco camalhão receberam irrigação no início do período devido à insuficiência de chuvas durante o mês de setembro.
Em Caxias do Sul, a operação de semeadura avançou de forma acelerada na Serra e nos Campos de Cima da Serra, pois é realizada preferencialmente durante o mês de outubro. As lavouras apresentam bom estabelecimento inicial, mesmo que o desenvolvimento seja considerado lento. Houve capturas de cigarrinhas em armadilhas de monitoramento, alertando os produtores para verificar a ocorrência em lavouras.
Em Frederico Westphalen, na maior parte das lavouras, já foi realizada a primeira adubação nitrogenada em cobertura, entretanto o aproveitamento do nutriente foi considerado aquém do ideal pelas condições adversas do tempo. Dessa forma, a segunda adubação terá uma maior importância para minimizar o baixo desenvolvimento inicial da cultura. O frio diminuiu a incidência de cigarrinhas.
Foto: Getty Images
Em Ijuí, houve aumento da incidência de pulgões, que migram das lavouras de trigo em final de ciclo, necessitando maior monitoramento e controle. Em Passo Fundo, 90% da área projetada foi plantada, apresentando 20% em fase de germinação e 70% em desenvolvimento vegetativo. O restante da área de cultivo já foi manejado, e o plantio será realizado nos próximos dias.
Em Pelotas, os produtores seguem com a semeadura escalonada, que deve se estender até dezembro. Foram semeados 7% do projetado. Em Santa Maria, um pouco mais de 30% da área prevista foi plantada. As lavouras encontram-se em germinação e no início do desenvolvimento vegetativo. Já em Santa Rosa, as lavouras apresentam estande dentro das recomendações técnicas e bom desenvolvimento inicial.
Na Fronteira Noroeste, a semeadura ocorreu mais cedo, e as lavouras já estão em média com 80 cm de altura. Nas Missões, onde a semeadura foi mais tardia, o porte alcança 40 cm. As chuvas que ocorreram praticamente em intervalos semanais desde o final de agosto favorecerem o crescimento das plantas, com ótimo aproveitamento da adubação nitrogenada em cobertura. Em relação à sanidade das plantas, houve diminuição significativa na incidência das cigarrinhas, resultante do controle com inseticidas e da redução das temperaturas. No entanto, o uso intensivo de inseticidas causou a morte de predadores naturais de outras pragas, como pulgões e lagarta do cartucho, exigindo constante monitoramento.
Por fim, em Soledade, na maior parte das lavouras, foram realizados os tratos culturais de controle de plantas invasoras e a aplicação de adubos nitrogenados em cobertura. As chuvas de até 30 mm favoreceram a incorporação do nitrogênio aos solos e aumentaram a absorção do nutriente. Entretanto, para uma pequena parte das lavouras, cultivada sem os cuidados com a conservação dos solos, esse volume de chuvas provocou perdas do adubo principalmente pelo escorrimento e erosão.
Tendência do Clima
Veja o vídeo com a tendência do clima nos próximos dias: