As negociações envolvendo soja no Brasil seguem aquecidas, impulsionadas pela forte demanda das indústrias esmagadoras domésticas. Segundo pesquisadores do Cepea, esse movimento contribuiu para a elevação dos prêmios de exportação da oleaginosa na última semana, refletindo o interesse constante dos compradores por essa commodity.
No entanto, o avanço nos preços domésticos tem encontrado limitações. O rápido progresso na semeadura da safra 2024/25 na América do Sul, a proximidade do término da colheita no Hemisfério Norte, e a recente desvalorização do dólar frente ao Real têm exercido pressão contrária. Esses fatores combinados têm dificultado um aumento mais expressivo nas cotações internas.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 3 de novembro, 53,3% da área prevista para o plantio de soja no Brasil já havia sido semeada, superando os 48,4% registrados no mesmo período do ano passado. Esse ritmo acelerado na semeadura indica boas perspectivas para a nova safra, o que pode trazer alívio à oferta nos próximos meses.
A expectativa é que, com o avanço do plantio e a possibilidade de uma colheita robusta no início de 2025, o mercado possa apresentar maior equilíbrio entre oferta e demanda, o que poderá impactar a trajetória dos preços no mercado interno. Contudo, a indústria doméstica continua atuando de forma agressiva na aquisição de novos lotes, especialmente diante da instabilidade cambial que afeta a competitividade das exportações brasileiras.