Produtores de diversas regiões de Mato Grosso visitaram, nesta quarta-feira (17), o CTECNO Parecis, o campo de pesquisa da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), onde conheceram os experimentos relacionados com a soja, realizados em solos com textura média e arenosa.
De acordo com o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, o campo experimental vem evoluindo ano após ano, sempre buscando a otimização do uso da terra pelo produtor, garantindo não só a sustentabilidade econômica, como a ambiental. Além disso, o CTECNO é o maior centro de pesquisa independente do Brasil, 100% financiado pelos sojicultores de MT.
“A otimização do uso do solo, principalmente os arenosos, além de trazer mais renda para o produtor, traz a sustentabilidade, que é a captura de carbono da atmosfera para o solo, através do aumento de matéria orgânica em palhada e também acaba tornando esse solo mais verde. Ou seja, você concilia a renda do produtor com a sustentabilidade”, disse Lucas.
Segundo a gerente da Comissão de Defesa Agrícola da entidade, responsável pelo programa, Jerusa Rech, o foco desse ano foi a manutenção, parcelamento de potássio e a rotação de culturas. Nessa safra, explica Jerusa, foi possível observar como os diferentes tipos de manejos de solo reagiram ao clima quente e seco, que impactou duramente a safra 2023/24.
“Tivemos uma safra bem desafiadora em questão de regime hídrico e isso fez com que nós observássemos respostas bem significativas nos protocolos onde temos sistemas de rotação de culturas, onde temos plantas de cobertura ao longo desses anos. Estamos com oitava safra dentro do centro de pesquisa e isso nessa safra ficou bem evidente”, afirma Jerusa.
Ainda segundo a gerente de Defesa Agrícola, os produtores também analisaram as vitrines com 48 materiais genéticos e 8 convencionais e como eles se desenvolveram nos diferentes tipos de manejos, em uma das safras mais desafiadoras do Estado.
Além dos produtores da região Oeste de Mato Grosso, também participaram agricultores das regiões Leste, Sul e Norte de Mato Grosso. O diretor-administrativo da Aprosoja-MT, Diego Bertuol, por exemplo, é produtor na região Norte e acompanhou a divulgação dos protocolos. Apesar de estar no Nortão, ele também conta que enfrenta desafios semelhantes.
“Eu tenho solos de 50% de argila e solos com 6% de argila. Então, todo trabalho de manejo, trabalho técnico operacional é muito diferente em cada talhão. Vindo aqui, você consegue ver a linha de pesquisa que mais dá resultado, principalmente em solos arenosos. Portanto, é muito importante para o produtor conseguir extrair isso e colocar em prática”, conta Bertuol.
O vice-presidente Oeste da Aprosoja-MT, Gilson Antunes de Melo, também reforça o manejo de solos arenosos é um dos gargalos do produtor mato-grossense, não só da região Oeste, mas como de todo o Estado. Portanto, pesquisas feitas de forma independente agrega conhecimento aos produtores e traz renda para todas as regiões com esse tipo de solo.
“Quando investe certo, que é o que a pesquisa faz, te dá um direcionamento e muda a região. Áreas que estavam abandonadas ou com pouca produtividade podem se transformar quando se traz tecnologia e conhecimento. Essas pesquisas te dão segurança para investir, traz resultados para o produtor e toda a região”, afirma Gilson.