Conab reduz estimativa para produção de açúcar

As condições climáticas foram mais favoráveis na safra 2022/23. Veja os detalhes

Fonte: ClimaTempo

cana-de-açúcar
© Elza Fiúza/Agência Brasil

Se na temporada 2020/21 o desenvolvimento da cultura foi influenciado pela falta de chuvas e no ciclo 2021/22, além da estiagem, foram registradas fortes geadas em importantes regiões produtoras, na safra 2022/23 as condições climáticas foram mais favoráveis.

De acordo com o documento, os agricultores deverão colher nesta safra 70.484 quilos por hectares colhidos. No ciclo de 2021/22, a produtividade esteve estimada em 69.355 quilos por hectare. Já em 2020/21 o desempenho das lavouras ficou em torno de 70.357 quilos por hectare, valor muito próximo ao esperado para a atual temporada.

A melhora no desempenho é impulsionada por um maior índice registrado principalmente nas regiões Nordeste e Centro-Oeste, esta última com destaque para Goiás, além de Minas Gerais com variações positivas para as regiões de 6% e 3,5% respectivamente, enquanto os estados registraram elevação de 3,8% e 3,2%. Em São Paulo, principal estado produtor, e Paraná, por exemplo, o desempenho das lavouras ainda reflete o Clima adverso das últimas temporadas.

A recuperação da produtividade desacelera a queda na produção, uma vez que a Conab espera uma nova redução na área. Se em 2020/21 foram destinados cerca de 8,6 milhões de hectares, na safra passada a área ocupada ficou em 8,3 milhões de hectares. Já neste ciclo, há uma nova diminuição, com estimativa de 8,1 milhões de hectares.  Essa diminuição é explicada pela competitividade com grãos como milho e soja, que atualmente apresentam boa rentabilidade para o produtor, aliada às lavouras de reforma que tiveram o corte inviabilizado pelas condições climáticas.

Açúcar e etanol

Em função do menor ATR, a produção de açúcar deve cair. Segundo a Conab, serão 33,9 milhões de toneladas produzidas pelas usinas brasileiras neste ciclo, um decréscimo de 15,7% frente ao dado de abril e 3% menos do que no ano anterior.

Já a produção total de etanol, proveniente da cana-de-açúcar e do milho, foi prevista em 30,35 bilhões de litros, um aumento de 5,9% em relação à projeção de abril. Mas o biocombustível feito de cana deve somar 25,8 bilhões de litros, uma queda de 2,2% quando comparado ao ciclo 2021/22.

No caso do etanol de milho, a produção foi estimada em 4,52 bilhões de litros, com um crescimento de 30,3% na base anual.

Ainda de acordo com a Conab, a safra recorde de milho no Brasil, principalmente no Centro-Oeste, contribuiu para a desvalorização da cotação do grão no mercado disponível em julho. Apesar do valor ainda ser considerado elevado, a valorização do etanol no período estimulou as usinas a originarem de maneira agressiva no mercado, a fim de garantir o suprimento nos períodos de entressafra.

Tendência do clima

Após a passagem de uma frente fria sobre as áreas produtoras do centro-sul do país, uma massa de ar seco e frio predomina garantindo tempo aberto e temperaturas baixas ao amanhecer.

Ao longo da semana o tempo seco vai predominar sobre as áreas produtoras e as temperaturas vão se elevar rapidamente, garantindo bons condições para a secagem dos grãos e a colheita do milho segunda safra.

Semana começa com bastante umidade na costa leste do Brasil

Como monitorar o Clima na sua fazenda?

Otimizar o plantio, ficar de olho no Clima para avançar com os trabalhos no campo e observar o desenvolvimento da cultura para evitar perdas são algumas das decisões que você produtor rural precisa tomar durante a safra.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.