Com condições climáticas favoráveis, caracterizadas por chuvas intercaladas com dias ensolarados, a colheita da safra de verão de milho no Brasil já ultrapassou a metade do ciclo, enquanto a semeadura da segunda safra 2023/24 está praticamente concluída. No entanto, mesmo com esse panorama promissor, compradores do cereal permanecem retraídos, sinalizando possuir estoques e aguardando para ver como o progresso das safras pode afetar os preços no mercado interno.
Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), nem mesmo as recentes valorizações do dólar, que aumentam a competitividade das exportações, foram suficientes para impulsionar os preços do milho na última semana. A expectativa dos compradores é que o bom andamento das safras possa manter as cotações em baixa no mercado nacional, mesmo diante da perspectiva de uma demanda internacional mais aquecida.
Essa postura cautelosa dos compradores reflete a percepção de que os estoques existentes e o avanço da colheita podem exercer pressão sobre os preços do milho no mercado spot. Apesar das oscilações cambiais e do potencial aumento da demanda externa, os preços internos do cereal têm se mantido estáveis, indicando um equilíbrio entre oferta e demanda no mercado brasileiro.
O cenário atual sugere que os próximos movimentos nos preços do milho serão influenciados principalmente pelo ritmo da colheita da segunda safra e pela evolução das condições climáticas ao longo do ciclo produtivo. Enquanto isso, os compradores permanecem atentos às condições do mercado, aguardando por oportunidades para suas negociações, em meio a um contexto de expectativas cautelosas e cenário de oferta abundante no Brasil.