Os preços do trigo no mercado doméstico apresentaram queda à medida que a colheita da nova safra 2024/25 avança no Brasil, ampliando a oferta de lotes disponíveis no mercado spot nacional. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o aumento na disponibilidade de trigo tem pressionado os valores do cereal, já que, do lado da demanda, muitos moinhos optaram por reduzir a moagem devido aos altos estoques e à baixa liquidez no mercado de farinhas.
Em setembro, a média mensal do trigo negociado no Paraná foi de R$ 1.482,91 por tonelada, uma queda de 3,6% em relação a agosto deste ano. No entanto, quando comparado ao mesmo período de 2023, houve um aumento expressivo de 39,1% em termos reais, com os valores ajustados pelo IGP-DI. Já no Rio Grande do Sul, outro importante estado produtor de trigo, a média de preços ficou em R$ 1.365,13 por tonelada, representando um recuo mensal de 4,5%, mas um avanço anual de 18,6%, conforme apontam os levantamentos do Cepea.
A redução na moagem por parte dos moinhos, que estão operando com estoques elevados, reflete diretamente na menor demanda por trigo, intensificando a queda dos preços no curto prazo. A liquidez no mercado de farinhas de trigo também segue baixa, o que limita as transações e contribui para o ajuste nos valores praticados.
Embora os preços apresentem recuos mensais, o cenário ainda revela ganhos expressivos em relação ao ano anterior, destacando o impacto das variações sazonais e das condições de mercado sobre o comportamento do trigo no Brasil. As perspectivas para os próximos meses vão depender do ritmo da colheita e da recuperação da demanda, que pode ser influenciada por novos fatores econômicos e climáticos.