A produtividade média das roças de tomate e de cebola caiu na safra 2023/24, conforme aponta levantamento da Equipe Hortifrúti do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Esse cenário, no entanto, acabou garantindo preços elevados de negociação dessas hortaliças, à medida que reduziu o volume ofertado no mercado. O menor rendimento deve persistir neste início de safra de inverno de 2024 e pode seguir permitindo resultados acima dos custos de produção. A menor produtividade na safra 2023/24, por sua vez, está ligada principalmente às adversidades climáticas observadas desde meados do segundo semestre de 2023.
Esses resultados estão apresentados na edição Especial Hortaliças 2024 de junho da revista Hortifruti Brasil, publicação do Cepea, que analisa a rentabilidade das culturas de tomate e cebola. É importante ressaltar que o retrato de rentabilidade positiva não é verificado para todos os agricultores, visto que as propriedades que cultivam hortaliças que registraram produtividade abaixo da média podem ter as margens limitadas ou negativas.
Quanto ao cenário climático, no Sul, fortes chuvas em setembro de 2023 comprometeram a safra de hortaliças que ainda estava na fase inicial de plantio e desenvolvimento. O cenário foi mais grave no Rio Grande do Sul, sobretudo com as chuvas volumosas entre o encerramento de abril e início de maio de 2024, que causaram enchentes em muitos municípios e geraram perdas sem precedentes. As regiões do Sul analisadas pela Equipe de Hortifrúti do Cepea para este presente estudo não enfrentaram enchentes, mas registraram queda de produtividade. Dada a representatividade da região Sul na safra de verão de hortaliças, muitas praças tiveram quebra de produção e a oferta acabou se reduzindo. Com isso, houve uma resposta positiva dos preços, sobretudo para cebola, tendo em vista que o Sul é responsável por quase toda a produção nacional no primeiro semestre do ano.
Já no Sudeste, o início da safra de verão 2023/24 de tomate foi até promissor quanto à produtividade, já que, normalmente, é o excesso de chuva que prejudica a produção. Como a cultura é irrigada e o volume de chuva foi menor, os rendimentos no campo no começo do ano foram melhores. No entanto, com a baixa umidade, sobretudo do meio para o final da temporada, a produção começou a ser afetada pela maior incidência de pragas e pelas temperaturas muito elevadas. Esse cenário prejudicou o final da safra de verão e o início dos plantios de inverno no Sudeste.