O cenário foi registrado no 12º episódio da série “MT Clima e Mercado”, produzida pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), que acompanha as condições das lavouras em diferentes regiões do estado.
Veranicos afetam desenvolvimento inicial da soja
Em Porto Alegre do Norte, o produtor Guilherme Resende Cruvinel relatou que os períodos de estiagem registrados logo após o plantio, iniciado em setembro, comprometeram o potencial produtivo das lavouras.
“Com certeza interferiu um pouco no potencial produtivo”, avaliou o agricultor, ao destacar que a irregularidade das chuvas dificultou o estabelecimento uniforme das plantas nos primeiros estádios de desenvolvimento.
Gargalo de armazenagem preocupa produtores
Além do clima adverso, a infraestrutura logística segue como um desafio na região. Segundo Cruvinel, a capacidade de armazenagem ainda é limitada, o que pode gerar dificuldades no momento da colheita.
“A região ainda tem um gargalo de armazéns, o que vai dificultar e será uma preocupação na hora da colheita”, alertou.
A limitação estrutural pode impactar diretamente o escoamento da produção, elevando custos e pressionando produtores em um período crítico da safra.
Pragas surgem mais cedo com clima seco
O delegado coordenador do Núcleo Araguaia Xingu da Aprosoja MT, Reginaldo Brunetta, destacou que o clima mais seco favoreceu o surgimento antecipado de pragas, especialmente mosca-branca e percevejo.
Segundo ele, a incidência tem sido mais intensa nas áreas plantadas mais cedo, exigindo maior atenção no manejo e elevando os custos com controle fitossanitário.
Replantio já foi necessário em áreas do Xingu
Em São José do Xingu, o produtor Douglas Michels afirmou que a instabilidade climática levou à necessidade de replantio em cerca de 400 hectares.
“Tivemos algumas áreas de replantio e problemas de estande”, explicou. De acordo com ele, a mosca-branca também figura entre as principais preocupações para o restante do ciclo da cultura.
O replantio, além de elevar custos, pode impactar o calendário da safra e a janela de colheita em algumas áreas.
Série segue monitorando lavouras no estado
A série “MT Clima e Mercado” continua nesta quarta-feira (17), com visitas técnicas aos municípios de Querência, Água Boa e Nova Xavantina, ampliando o monitoramento das condições das lavouras em diferentes regiões produtoras de Mato Grosso.
O acompanhamento busca oferecer um panorama atualizado dos impactos climáticos e dos desafios enfrentados pelos produtores ao longo da safra.
Contexto do agronegócio em Mato Grosso
Mato Grosso é o maior produtor de soja do Brasil e responde por parcela significativa das exportações nacionais do grão. Oscilações climáticas, pressão de pragas e limitações logísticas têm impacto direto na produtividade e nos resultados econômicos do setor.
Mais informações sobre o setor podem ser acompanhadas na editoria de agronegócio e em conteúdos sobre Mato Grosso.
O início da safra 2025/26 no leste de Mato Grosso revela um cenário de atenção para os produtores de soja. A combinação de veranicos, pragas antecipadas e gargalos logísticos exige planejamento, manejo rigoroso e acompanhamento constante das condições climáticas para minimizar impactos ao longo do ciclo produtivo.
Os próximos meses serão decisivos para definir o potencial produtivo das lavouras e o desempenho da safra no estado.


















