O cultivo do limão Taiti é uma nova opção de renda para agricultores familiares do município de Tabaporã (643 km a Médio-Norte), que receberam no mês de março duas mil mudas melhoradas geneticamente. O técnico em agropecuária da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Antônio Sérgio Faustino da Silva, esclarece que as mudas foram repassadas para 12 produtores rurais e a expectativa é de produzir em apenas um hectare mais de 14 toneladas de limão por ano.
Com uma produção mensal de 320 quilos, o produtor rural Paulo Camporezzi possui em sua propriedade 30 pés de limão e já adquiriu mais 120 mudas. O produtor cultiva também maracujá, acerola e banana, e está impressionado com a alta qualidade das mudas oferecidas pelo programa. O produtor Valdir Lúcio de Freitas, do distrito de Nova Fronteira, cultiva também acerola e melancia, e plantou 100 mudas de limão. “Eu aposto na diversificação da produção com a fruticultura para obter renda o ano todo”, enfatiza Valdir.
As condições climáticas e o solo fértil favorecem a cadeia produtiva da citricultura na região, o que pode garantir produção durante o ano todo quando os frutos são irrigados. O técnico Antônio fala que o pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e consultor técnico do programa, Eduardo Firmino Carlos, tem orientado os produtores sobre a correta calagem, adubação, preparo do solo, porta enxerto e clone do Taiti, que é o IAC-5, enxertado em porta enxerto de Citrumelo Swingle, tolerante a gomose, principal problema do Taiti na região. “Ele trouxe informações e tecnologia para o cultivo”, esclarece Antônio.
No terceiro ano de cultivo uma planta chega a produzir 25 quilos de limão.
O município faz parte do Pró-Limão, programa estadual executado pela Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf), que visa fomentar e fortalecer a cadeia produtiva do limão como alternativa sustentável de geração de renda. O objetivo é dar sustentabilidade ao cultivo da citricultura com informações técnicas e orientações sobre mudas, cultivo e outros. Os coordenadores do Pró-Limão, os engenheiros agrônomos da Seaf, Leonardo da Silva Ribeiro e Luciano Gomes, têm proferido palestras sobre o tema e auxiliado os produtores na condução da lavoura.
Conforme as orientações fornecidas, a cultura do limão no segundo ano de cultivo produz em média 10 quilos de limão por planta, e no terceiro ano pode produzir 25 quilos por árvore. Em um hectare de limão, o produtor poderá plantar 300 mudas e produzir mais de 14 toneladas do fruto na época da safra. Para os produtores o limão taiti na safra é comercializado por R$ 1,50 e na entressafra pode chegar até a R$ 3,00 o quilo.
No distrito de Nova Fronteira, o engenheiro agrônomo da Empaer, Thiago Martins Teixeira, atende os produtores rurais do Assentamento Mercedes Benz I e II que estão interessados na cultura do limão. Conforme Thiago, foi iniciado na região um trabalho de divulgação e esclarecimento do programa, com palestras e reuniões. “Estão repassando aos produtores aspectos técnicos da cultura de forma segura, com expectativas realistas de renda e preconizando a necessidade da organização para o sucesso do empreendimento”, ressalta Teixeira.
Fruta tipo exportação
Os municípios da região Norte do Estado, Peixoto de Azevedo, Guarantã do Norte, Matupá e Terra Nova do Norte, possuem uma área plantada de 40 hectares de limão Taiti. O engenheiro agrônomo da Empaer, Clovis Luiz de Moraes Manica, fala que os municípios, juntos, vão produzir até o ano de 2021 em torno de 200 toneladas de limão por ano. Atualmente produzem 70 toneladas de limão ao ano com uma área de produção de 15 hectares. “A fruta é comercializada nas cidades vizinhas e no futuro, será um produto para exportação”, salienta Clóvis.