A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) deve custear o acesso à internet e até mesmo aos equipamentos necessários, como celulares e tablets, para cerca de mil alunos considerados de baixa renda. Dessa forma, segundo o reitor Evandro Soares, todos poderão ter acesso ao material que será disponibilizado nas plataformas digitais durante o período de pandemia.
“Nós temos muitos estudantes em condições de vulnerabilidade, com renda familiar abaixo de 1,5 salário per capita, e tais estudantes não têm condições materiais. Dessa forma, a UFMT vai disponibilizar um recurso para que esse estudante possa contratar internet de qualidade. Essa ajuda é financeira”, explicou.
Segundo ele, duas propostas foram encaminhadas ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.
“A primeira é para que o estudante tenha acesso a essa banda larga e a segunda é junto com a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), que tem uma banda larga, por exemplo, aqui na UFMT de 5 GB por segundo, que pode custear cada vez que o estudante, da sua casa, faça o acesso ao ambiente de aprendizagem virtual da UFMT. Então toda vez que ele trafegar aqui no ambiente não será cobrado absolutamente nada da internet dele. A gente está disponibilizando também recursos para o auxílio de compras de materiais de informática, como celulares, tablets. A UFMT já mapeou cerca de 1 mil alunos que estão aptos a receber esse recurso por serem considerados estudantes de baixa renda”, disse o reitor.
Evandro garante que a intenção não é transformar cursos presenciais em Ensino à Distância (EAD), mas sim diminuir o prejuízo causado aos estudantes devido à pandemia de coronavírus.
“A UFMT não vai transformar uma educação presencial em EAD. O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMT aprovou a utilização de ferramentas chamadas de Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), para que nesse momento de pandemia, onde não é possível as pessoas se encontrarem, estarem juntas em uma sala de aula, é uma oportunidade também da gente ocupar o tempo da nossa casa, onde a gente possa trabalhar as disciplinas, seja da graduação ou da pós-graduação, de uma forma mais direta com o estudante, utilizando essas ferramentas da computação, que envolvem computadores, celulares, programas”.
O reitor explica ainda que todas essas decisões são tomadas pelos conselhos, e os conselhos têm representação de técnicos, professores, estudantes, representantes de cada instituto.
“O planejamento de curso que será ofertado cabe ao colegiado que é a via mais importante democrática. Cada curso tem uma especificidade. Tem curso que tem aula prática, que não pode ser levado a questão da utilização das TICs, porque poderiam comprometer a qualidade do ensino. Outros cursos, nós temos softwares que podem simular questões práticas. O calendário vai ser atribuído ao Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão. Ele vai definir esse cronograma e a partir daí a UFMT já tem o recurso garantido fornecer condições para esses alunos vulneráveis poderem ter acesso às disciplinas que serão ofertadas pelos cursos de graduação”.
A UFMT aprovou a flexibilização do ensino presencial para que ele seja feito via ferramenta de TICs, mas essa regulamentação ainda não foi feita pelo Conselho. No dia 29, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão vai se reunir e vai definir essas regras.
“Nesse momento de pandemia, todos nós já tivemos perdas que não tem como mensurar. Então a UFMT e outras universidades estão propondo ferramentas para auxiliar para que esse prejuízo não venha nos acometer. Diante disso, é o Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão vai definir todas essas regras e aí vamos encaminhar via reitoria todos os recursos para que os estudantes tenham condições de acompanhar e reduzir esses prejuízos e cada disciplina feita utilizando a ferramenta TICs é como uma disciplina presencial, convencional, que vai ser utilizada na sua grade curricular”, explicou.