A voluntária e dona de casa Roberta Monteiro, de 38 anos, tinha acabado de abastecer a geladeira solidária na avenida Ernesto Geisel, com 45 marmitas, quando decidiu se afastar um pouco e observar: em pouco tempo, viu que somente moradores da região estavam pegando e sobrou apenas duas para quem vive nas ruas.
Em sete anos de voluntariado, isso nunca foi necessário. Mas, há 3 dias, ela se deparou com um bilhete, escrito a mão e deixado na geladeira por um morador de rua. Roberta então faz um apelo:
“Não impedimos ninguém de comer, principalmente agora nessa situação de pandemia, onde tem muita gente desempregada, passando necessidade. Mas é inaceitável as pessoas pegarem 4, 5 marmitas por conta da outra mistura e o resto jogarem fora. É inaceitável as pessoas que tem dizerem que não precisam cozinhar, que ali tem marmita todo dia e a cada dia uma comida diferente”, afirmou Monteiro.
Conforme a voluntária, as pessoas podem pegar apenas uma marmita se precisarem e, desta forma, irá sobrar aos moradores de rua. “Eu faço esse trabalho desde 2017, acordo cedo para preparar as marmitas. Agora que eu vi esse tipo de situação e soube que o morador foi na loja da frente pedir papel e caneta para fazer o bilhete, já que ele estava indo lá e não encontrando nada para comer”, lamentou.