O número de casos de dengue em Mato Grosso este ano já se aproxima de 30 mil, segundo dados do Boletim Epidemiológico da Dengue, Chikungunya e Zika, divulgado pela área de Vigilância em Saúde, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (SES). De janeiro a dezembro de 2015 foram registrados 28.457 casos, o que representa um aumento de 143,78% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o número de notificações foi de 11.673. Ao todo, seis óbitos por causa da doença foram confirmados no estado.
Entre os municípios que apresentaram maior número de notificações por dengue, Sinop aparece em primeiro lugar com 3.768 casos, o que representa um acréscimo de 21,9% em relação ao ano anterior. Outros quatro municípios também chamam atenção pelo aumento significante: Cuiabá passou de 1.530 casos, em 2014, para 3.140, em 2015, o que representa uma elevação de 105,2%. Já Várzea Grande passou de 502 para 2.185, um aumento de 329,2%. Em Rondonópolis, os casos aumentaram 195%, sendo 683 em 2014 e 2.015 este ano. Em Santa Rita do Trivelato, dois casos foram registrados em 2014 e 102 até o momento, o que representa 4.609% de acréscimo no número de casos.
Essas cidades também se destacam pela alta incidência, com índices superiores a 300 casos por 100 mil habitantes – que é o preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Ao todos são 90 municípios classificados como alta incidência e em situações alarmantes. No Estado, a incidência é de 882 casos por 100 mil habitantes.
A coordenadora de vigilância epidemiológica, Flávia Guimarães, explica que o acompanhamento da incidência permite detectar o aumento dos casos, em relação ao mesmo período do ano anterior. “Mato Grosso teve um ano considerado epidêmico para os casos de dengue, pela alta transmissão da doença e o aumento significativo dos casos. O risco agora é de aumentar o número de casos graves e óbitos, por isso precisamos combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti”.
De acordo com Flávia, a importância de combater do mosquito não se restringe apenas à dengue. O Aedes aegypti também é responsável pela transmissão da febre chikungunya e do zika vírus. “Temos a presença do mosquito em 140 municípios mato-grossenses o que indica que 99% das cidades estão infestadas pelo vetor e a população está suscetível a essas doenças”, afirma, explicando o cuidado deve ser redobrado, principalmente com o inicio do período de chuvas, quando a transmissão do mosquito aumenta e há um acréscimo de criadouros, principalmente o lixo.
A orientação da Secretaria Estadual de Saúde é que a população se mantenha atenta e elimine os possíveis criadouros. Para isso é importante checar semanalmente o quintal de casa, eliminando tudo aquilo que pode reter água; nunca descartar qualquer material nos terrenos baldios; vistoriar dentro da casa em plantas, ralos, gaveta de geladeira e outros recipientes que podem ser criadouros do mosquito e receber os Agentes de Controle de Endemias permitindo a visita interna e externa do imóvel. Os agentes estão capacitados a oferecer informações sobre as ações necessárias para manter o imóvel livre dos criadouros do mosquito.
Diante da situação epidemiológica estadual, a SES também tem intensificado o alerta aos municípios. A recomendação é que os gestores municipais organizem as atividades de controle do vetor e intensifiquem as ações nos municípios, principalmente os que apresentam alta incidência. “As ações de rotina e de controle vetorial precisam ser intensificadas e realizadas constante e corretamente pelas gestões municipais”, destaca Flávia. Ela ressalta ainda que o Estado apoia os municípios no combate ao vetor por meio de ações, qualificações e treinamentos oferecidos aos profissionais que atuam nas localidades.
Chikungunya
Vinte e oito municípios tiveram casos notificados de Febre do Chikungunya no Sistema de Notificação de Agravos (Sinan), totalizando 184 casos suspeitos até o momento. Além disso, ainda foram encaminhadas 779 solicitações de exames ao Laboratório Central do Mato Grosso (Lacen), para diagnóstico diferencial. Deste total, 107 foram descartados e quatro casos foram confirmados, sendo três importados e um autóctone.
Zika
Ao todo, 1.672 amostras biológicas foram encaminhadas ao Laboratório Central do Mato Grosso (Lacen), para diagnóstico diferencial. Deste total, 30 foram descartados e nove casos foram confirmados, sendo dois de Rondonópolis, um de Tesouro, quatro de Cuiabá e dois de Várzea Grande.