Um estudo sobre a otimização de recursos com medicamentos e tecnologias, realizado pela Comissão Permanente de Farmácia e Terapêutica (CPFT) da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), ficou entre os cinco melhores da categoria Avaliação de Tecnologias em Saúde na Gestão, em um congresso nacional realizado na última semana, em Brasília.
De acordo com a presidente da Comissão, Kelli Carneiro de Freitas Nakata, e o coordenador do Núcleo de Avaliação de Tecnologias do Hospital Júlio Muller, Helder Cássio de Oliveira, a colocação do estudo no congresso se deve ao resultado do trabalho da equipe que possibilitou uma economia de R$ 6,2 milhões, por ano, aos cofres públicos de Mato Grosso.
“Fizemos um estudo de gastos com medicamentos dos anos de 2010 a 2018 que mostrou que o comportamento dos recursos com medicamentos não padronizados pelo SUS [Sistema Único de Saúde] se modificou após a implantação de um processo criterioso e transparente, em 2015, para análise dos produtos incluídos na lista pública”, explica Kelli.
A presidente da Comissão conta que, antes de 2015, o estado de Mato Grosso não tinha uma lista oficial de componentes e fornecia medicamentos sem analisar se eram a melhor das alternativas para o paciente e se eram eficientes, prática que não valorizava o dinheiro investido na área.
Então, para otimizar os recursos destinados à compra de medicamentos de forma aliada à qualidade e eficácia do produto, foram implantados processos que geraram economia. Os novos procedimentos usaram a ferramenta de Avaliação de Tecnologias em Saúde e são: pareceres técnicos, análises de impacto orçamentário, construção e revisão de protocolos estaduais e a criação da Relação Estadual de Medicamentos (RESME) – sistema que otimiza o recurso público, estimula o uso racional de medicamentos e proporciona aos usuários do SUS remédios seguros e eficazes.
“Trabalhamos para avaliar que tecnologia e medicamentos dava, de fato, resultado, se era segura para o paciente e qual a sua viabilidade econômica para o SUS pensando na sustentabilidade desse sistema. Com esse trabalho trouxemos transparência e critérios técnicos para as decisões do gestor em incorporar ou não uma tecnologia no SUS estadual”, diz Kelli.
Os resultados apontam que uma Comissão capacitada e atuante, com apoio da gestão, pode contribuir para uma melhor utilização dos recursos financeiros e cooperar com uso racional de tecnologias em saúde.
Foto por: Site oficial do congresso.